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A infância que sabe a sardinha e o presente com toque de Siza

O líder executivo da Frezite, José Manuel Fernandes, nasceu em Lisboa. Mas foi Matosinhos que marcou toda a infância e juventude do empresário. A paixão pelo mar e a calma da natureza pontuam as suas propostas.

31 de Julho de 2012 às 00:01
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Pensar em Matosinhos é bem menos duro do que o metal com que José Manuel Fernandes faz as suas ferramentas de alta precisão para a indústria. Apesar de ter nascido no " grande berço" de Portugal, a maternida de Alfredo da Costa, em Lisboa, foi no concelho onde pontifica o porto de Leixões que o líder da Frezite viveu até aos 27 anos. As memórias ainda lhe sabem a mar, seja pelas praias da juventude, ou pelas jornadas "empreendedoras" junto à lota, à caça das sardinhas que caíam das canastras dos pescadores.

O empresário da metalomecânica lembra com nostalgia os dias em que, ainda criança, ele e o grupo de amigos ia para a lota, algo que considera ainda hoje imperdível para qualquer turista. "Todo aquele momento de chegada dos barcos, a atmosfera que se gera e a expectativa em relação ao que vêm, é um quadro muito original que me lembra a infância", ilustra José Manuel Fernandes.

Recordações que ainda estão bem presentes. "Juntava-me com os meus amigos para ir apanhar as sardinhas que caíam dos cabazes cheios. Havia três grupos que estavam lá sempre, os miúdos, como nós, os pobres e as gaivotas", lembra com nostalgia. "Depois jogávamos à bola e grelhávamos as sardinhas", acrescenta.

Os restaurantes junto à lota são igualmente imperdíveis, para este gestor, pela diversidade de peixe e preços que se podem encontrar. A Marisqueira de Matosinhos é, no seu entender, um ex-libris gastronómico. "Recomendo o arroz de tamboril", lembra.

Ainda no mar, José Manuel Fernandes destaca a marginal de Leça da Palmeira, em que as "praias de rochas são paradisíacas". "Há uma piscina desenhada pelo Siza Vieira e há igualmente a casa de chá da Boa Nova, que também é uma obra do arquitecto", aconselha o empresário.

Menos marítima, mas igualmente repousante, é a bucólica Quinta da Conceição, em que as "árvores antigas" garantem que o silêncio é sagrado. Para José Manuel Fernandes, o local foi palco de alguns namoricos juvenis.

Na parte mais urbana da cidade, o gestor da Frezite não hesita em apontar a zona envolvente da Câmara Municipal como outro dos espaços a não perder. "A ligação que o novo desenho daquele espaço mantém com o passado, é algo que dá uma referência de saudade às gerações passadas", sublinha.

Por fim, uma referência ao largo da Igreja do Senhor de Matosinhos, também palco da festa da cidade, um local que cataloga de "paradisíaco" e de grande "harmonia" e "reflexão". "Era onde em menino me levavam a marmita para eu almoçar", recorda nostálgico.

Matosinhos: Mar que já deu latas mas que não durou

Quando se fala com um empresário totalmente virado para as exportações, mesmo que o tema seja turístico é difícil que a conversa não descambe na economia.

"A ligação da cidade ao mar é incontornável e, por isso, espero em breve ver concretizado o projecto do museu do mar", reforça José Manuel Fernandes.

A importância da indústria conserveira na cidade é apontada pelo presidente da Frezite como um dos legados de maior importância de Matosinhos. "Chegou a haver frotas pesqueiras de mais de 500 barcos", relembra. Era um tempo em que as fábricas de conservas tinham uma pujança internacional. Agora, o cenário é outro. "Há muito menos unidades, penso que os empresários não se souberam adaptar à falta de matéria-prima e procurar soluções", remata.

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