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Macron e o futuro de Notre-Dame: "Esta catedral vai ser reconstruída"

Chefe de estado francês disse ainda que "o pior foi evitado, mesmo que a batalha não tenha sido totalmente vencida".

15 de Abril de 2019 às 23:50
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Em frente a uma Catedral de Notre-Dame, em Paris, ainda a arder, o presidente francês, Emmanuel Macron, deixou uma garantia: o monumento "vai ser reconstruído". O chefe de estado falou aos jornalistas e à nação já depois de Laurent Nunez, o secretário de Estado do Interior francês, ter indicado que a "estrutura da catedral está salva na sua integridade". 

"O pior foi evitado, mesmo que a batalha não tenha sido totalmente vencida", dise Macron, que não se dá por vencido: "Quero ter uma palavra de esperança. Essa esperança é o orgulho que devemos ter, de todos aqueles que lutaram para que o pior não aconteça. Há mais de 800 anos, soubemos como construir esta catedral e, através dos séculos, fazê-la crescer e melhorar. Agora vamos construi-la todos juntos".


O incêndio na catedral de Notre-Dame de Paris começou cerca das 18h50 locais (17h50 em Portugal) e atingiu toda a estrutura do edifício, segundo o porta-voz do monumento, André Finot. Cerca de uma hora depois de ter começado o incêndio, o pináculo de Notre-Dame desmoronou-se. Os bombeiros disseram que o incêndio terá começado no sótão da catedral e admitiram que a situação poderá estar ligada aos trabalhos de reabilitação do edifício, que é o monumento histórico mais visitado da Europa.

A Catedral de Notre-Dame foi edificada em 1163, iniciou a função religiosa em 1182, embora os trabalhos de construção tenham prosseguido até 1345.  Os primeiros arquitetos foram Pierre de Montreuil e Jean de Chelles, mas a catedral, construída na Île de la Cité, continuou a ser acrescentada e alterada, ao gosto das épocas, ao longo dos séculos, para lá de 1345.

Em finais do século XVII, no reinado de Luís XIV, o templo foi alvo de alterações substanciais, com a destruição de alguns vitrais e a introdução de elementos da gramática do barroco.

No contexto da Revolução Francesa (1789), outros elementos da Catedral foram destruídos e alvo de roubos, nomeadamente, os seus tesouros artísticos.

Em 1844 a Catedral foi restaurada ao gosto da gramática do romantismo, sob a égide dos arquitetos Eugéne Viollet-le-Duc e Jean-Baptiste Lassus, mas, passados poucos anos, em 1871, foi novamente palco de turbulência social, tendo supostamente sido alvo de um incêndio.

Em 1965, as escavações realizadas levaram à descoberta de catacumbas romanas, uma catedral merovíngia do século VI e um bairro medieval.

Em 1991, foi iniciado um projeto de restauro e conservação, com um prazo de dez anos, mas que não tinha sido ainda dado como terminado.

A catedral inspirou vários artistas plásticos, como Henri Matisse, e também escritores.

Em 1831, Victor Hugo publicou o romance "Notre-Dame de Paris", em que surge, entre outras personagens, Quasímodo, o corcunda de Notre-Dame, e a cigana Esmeralda, ficção mais tarde adaptada várias vezes ao cinema.

A primeira adaptação cinematográfica foi em 1923, por Wallace Worslei, e entre outras, destacam-se a de 1939, de William Dieterle, com Charles Laughton, a de 1956, por Jean Delannoy, com Gina Lollobrigida e Anthonny Quinn, e a de 1996, um filme de animação dos Estúdios Disney, e, em 1997 por Peter Medak, com Salma Hayek.

Desde o início de fevereiro até ao final de março, deste ano, mais de 10 igrejas em França foram alvo de ataques ou de pequenos incêndios.

A Igreja de Saint Sulpice, a segunda maior de Paris, depois de Notre-Dame, foi alvo de um ataque, no passado dia 17 de março, depois de a porta principal, em madeira, ter sido incendiada.

Com Lusa
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