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Apenas em 15 concelhos houve mais nascimentos do que óbitos em 2020. Veja o que aconteceu no seu

Portugal perdeu perto de 40 mil pessoas em 2020 só pela diferença entre nascimentos e óbitos no ano passado, um valor bem superior ao registado no ano anterior devido ao impacto da pandemia. Veja como evoluíram os nascimentos, óbitos e saldo natural em todos os concelhos do país.

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(clique no mapa para ver a evolução dos nascimentos, óbitos e saldo natural em todos os concelhos do país) 

A pandemia veio agravar um problema crónico de Portugal, que tem vindo a perder população de forma natural (sem ter em conta fluxos migratórios) ao longo dos últimos anos de consecutiva.  

Em 2020 esta tendência acentuou-se uma vez que a pandemia penalizou os dois indicadores que formam o cálculo do saldo natural: os nascimentos caíram devido aos receios relacionados com a covid-19 e a doença provocou um aumento de óbitos.

Os dados revelados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística dão conta que no ano passado nasceram com vida 84.426 crianças de mães residentes em Portugal, o que traduz um decréscimo de 2,5%. Ou seja, comparando com 2019, nasceram menos 2.153 crianças.

Em sentido inverso, em 2020 registaram-se 123.358 óbitos de pessoas residentes em território nacional, mais 10,3% (11 565) óbitos que em 2019.

Com os nascimentos a baixarem e os óbitos a subirem, verificou-se um forte agravamento do saldo natural, que passou de -25.214 em 2019 para -38.932. Sem ter em conta os fluxos migratórios, a população portuguesa baixou em quase 40 mil no ano passado. A entrada e saída de população residente em Portugal ainda não foi apurada, mas dificilmente o fluxo migratório vai anular este saldo natural negativo.

A análise do Negócios aos dados de todos os concelhos mostra que a descida do saldo natural foi generalizada e ficou a dever-se sobretudo ao forte crescimento dos óbitos.

Entre os 308 municípios portugueses, apenas 15 conseguiram registar mais nascimentos do que óbitos, um número bem inferior ao registado no passado. O INE dá conta que há 12 anos consecutivos que Portugal regista um saldo natural negativo, sendo que em 2020 todas as regiões NUTS II registaram um saldo natural negativo.

Para medir o impacto da evolução do saldo natural na população, o Negócios ponderou este indicador pela população residente. Nesta ótica, Alcoutim é o concelho português mais penalizado, pois o saldo natural negativo de 78 pessoas traduz uma queda de 3,61% na população residente. Idalha-a-Nova, que viu o saldo natural negativo agravar-se em 31%, perdeu-se 2,67% na população.

No topo oposto destaca-se Albufeira, que viu a população aumentar em 0,35% pois nasceram mais 136 crianças do que o número de óbitos registados no concelho.   

No que diz respeito aos nascimentos, baixou em 162 concelhos e aumentou em 146.

Alvaiázere e Carrazeda de Ansiães sofreram as maiores quedas (38%), enquanto Castanheira de Pêra destaca-se com um aumento de 250% (passou de 4 nados-vivos em 2019 para 14 no ano passado). O Corvo (passou de 1 para 2) e Penamacor (passou de 13 para 26) duplicaram os nascimentos.

No que diz respeito aos óbitos, a tendência de aumento foi mais generalizada, atingindo 246 concelhos. Ainda assim, apesar da pandemia, morreram menos pessoas em 2020 em 62 concelhos face a 2019.

Murça e Sardoal (com agravamentos a rondar 60%) foram os concelhos onde a mortalidade mais se agravou em 2020. Corvo e Ourique foi onde mais desceu, com quedas na ordem dos 20%.

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