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Recuperação da economia italiana poderá levar mais tempo
Para o ministro das Finanças do país ainda "há sinais contraditórios" que podem penalizar a recuperação do PIB italiano.
A recuperação da economia italiana poderá levar mais tempo do que o esperado, afirmou Pier Carlo Padoan, ministro das Finanças do país ao jornal Les Echos, citado pela Bloomberg.
Segundo o responsável, a Comissão Europeia não rejeita o plano de Itália para atingir a meta de défice em 2016, mas acusa o facto de se ter "dramatizado de forma excessiva" o problema da dívida. Pier Carlo Padoan diz também que a mutualização da dívida não está, para já, na agenda, mas que exige mais integração orçamental.
A Itália não quer mais flexibilização do défice para resolver os seus problemas particulares, mas sim que seja dado um "passo colectivo", sublinha o ministro das Finanças.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) já tinha afirmado em meados de Junho que a recuperação económica de Itália continua frágil e o Governo de Matteo Renzi precisa adoptar medidas rápidas para aumentar o crescimento potencial do país e reduzir a dívida. "A recuperação continua frágil e o desemprego, alto demais, destacando a necessidade de acções corajosas e rápidas", informou, na altura, o FMI no documento.
Recorde-se que a economia italiana registou uma contracção de 0,1% no primeiro trimestre deste ano, mas cresceu 0,5% comparativamente a igual período do ano passado, segundo o instituto nacional de estatística (Istat).
A contracção do Produto Interno Bruto (PIB) italiano, no período em análise, ficou a dever-se à queda do investimento (1,1%), apesar de as exportações terem registado um contributo positivo ao crescerem 0,8%, segundo aquele organismo.
A Itália saiu de uma recessão de dois anos no último trimestre do ano passado, tendo então o PIB crescido 0,1%, quando os analistas esperavam que se registasse "uma consolidação" da terceira maior economia da zona euro.
Para este ano, o governo italiano prevê um crescimento da economia de 0,8%, após uma contracção de 1,9% no ano passado.
O Istat estima que o segundo trimestre registe entre uma diminuição de 0,1% e um crescimento de 0,3%.