Notícia
Dívida externa portuguesa alivia em 2015
O total das dívidas da economia portuguesa ao resto do mundo recuou em 2015, passando de 104,6% do produto interno bruto (PIB) para 101,6%. Ainda assim, muito longe dos valores observados antes da crise.
Antes de chegar à dívida externa, é necessário ver o que aconteceu à Posição de Investimento Internacional (PII). Um indicador que espelha o saldo entre os activos e os passivos que Portugal tem com o exterior. Isto é, as suas disponibilidades e responsabilidades. Em 2015, a PII caiu para -109,4% do PIB. Estava nos -114,4% em 2014 e foi sempre negativo pelo menos desde 1999.
Os dados foram publicados esta manhã, 18 de Fevereiro, pelo Banco de Portugal, que explica este desagravamento da PII com transacções na balança financeira, que levaram a um aumento dos activos líquidos de Portugal sobre o exterior de 3,3 mil milhões de euros. Em sentido contrário, variações de preço e de câmbio tiveram um impacto negativo.
A dívida externa líquida é calculada partindo da PII e excluindo os instrumentos de capital e derivados financeiros. Esse indicador atingiu no final do ano passado os 182,1 mil milhões de euros, o que é até mais 800 milhões do que o valor de 2014. Contudo, em percentagem do PIB, regista-se um alívio de 104,6% para 101,6%.
Ao contrário da dívida pública, que diz respeito apenas ao Estado, a dívida externa inclui todos os sectores da economia: sector público, bancos, outras empresas e famílias. O seu agravamento tem sido referido como um dos principais sinais das dificuldades estruturais da economia portuguesa.
O alívio observado em 2015 é uma boa notícia. No entanto, está ainda muito longe dos valores anteriores à crise financeira. A dívida externa portuguesa estava nos 64,7% do PIB em Dezembro de 2007.