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Défice externo até outubro desce para 1,3 mil milhões de euros
Até outubro, as contas externas registaram um défice de 1,3 mil milhões de euros. Valor representa uma melhoria significativa face ao défice acumulado até setembro. Mas em termos homólogos, as contas externas registavam um excedente.
As contas externas de Portugal registaram um défice de 1.317 milhões de euros até outubro, melhorando quase mil milhões de euros face ao mês anterior, mas piorando em termos homólogos, divulgou o Banco de Portugal (BdP).
Segundo as estatísticas da balança de pagamentos divulgada nesta terça-feira, 20 de dezembro, pelo banco central, o défice externo acumulado até ao final de outubro diminuiu quase mil milhões de euros face ao valor registado até setembro (que era de 2.204 milhões de euros).
No entanto, se se comparar com o período homólogo, houve um agravamento significativo, já que até outubro de 2021 as contas externas registavam um excedente (e não um défice) de cerca de 1.556 milhões de euros.
Para justificar a evolução, o BdP diz que, até outubro, o défice da balança de bens aumentou, com as importações a crescer mais do que as exportações (34,6% e 23,9%, respetivamente).
O banco central refere também que excedente da balança de serviços subiu, influenciado, sobretudo, pelo crescimento da rubrica de viagens e turismo.
Por outro lado, o défice da balança de rendimento primário aumentou, devido ao incremento de pagamentos líquidos de rendimentos de investimento, nomeadamente sob a forma de dividendos.
Por fim, a menor atribuição de fundos europeus aos beneficiários finais determinou a redução do excedente da balança de rendimento secundário e da balança de capital;
A acentuada redução do excedente da balança de capital deveu-se ainda ao recebimento excecional, em julho de 2021, da devolução da margem financeira relacionada com o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF).
Em outubro, excedente externo aumentou
Em termos mensais, ou seja, olhando apenas para o mês de outubro, as balanças corrente e de capital atingiram um excedente de 887 milhões de euros, mais 373 milhões de euros relativamente ao mesmo mês de 2021.
Na balança de bens, verificou-se um aumento do défice, de 638 milhões de euros, explicado por um crescimento das importações superior ao das exportações em relação a outubro de 2021 (taxas de variação homólogas de 24,7% e 20,7%, respetivamente), descreve o BdP.
Ainda assim, a redução do saldo da balança de bens foi mais do que compensada pelo aumento do excedente da balança de serviços, de 700 milhões de euros, com destaque para os aumentos homólogos das exportações e das importações, de 37,1% e 22,4%, respetivamente.
Para estas subidas contribuiu, sobretudo, a rubrica de viagens e turismo, com as exportações e importações a cresceram 45,5% e 29,2% e termos homólogos e respetivamente. O excedente desta rubrica aumentou 485 milhões de euros, para 1.432 milhões de euros, frisa o banco central.
As restantes componentes das balanças corrente e de capital apresentaram evoluções menos expressivas (o excedente da balança de rendimento primário aumentou 202 milhões de euros, e o da balança de rendimento secundário subiu 108 milhões de euros), termina o BdP.
(Notícia atualizada com mais informação)