Ao longo dos mais de 25 anos de carreira profissional, Jorge Baião procurou sempre o equilíbrio entre a estratégia corporativa e a transformação de TI no negócio. O administrador executivo do Crédito Agrícola (CA) e chief information officer (CIO) é um comunicador nato. Há 16 anos que partilha a sua experiência e visão tecnológica com alunos do ISEG, onde é professor assistente. Aproveitando essa característica, falámos com o responsável sobre os resultados práticos que está a ter o programa de transformação digital iniciado no CA com o apoio da Claranet.
Como está a decorrer a integração da equipa técnica e de serviço da Claranet no contexto atual do CA?
Está a decorrer bem, porque estava identificada a crescente necessidade de ter um prestador deste serviço com garantias dadas na migração de aplicações existentes para um ambiente de cloud.
Que vantagens trouxeram para os processos de negócio do CA os serviços prestados pela Claranet?
As vantagens são uma maior eficiência na implementação dos requisitos, mais velocidade na entrega ao cliente interno e a minimização do risco das alterações.
Quais as áreas de negócio que obtiveram maiores benefícios?
Iniciámos este serviço com as soluções de suporte aos canais bancários associados ao programa de transformação digital.
Qual é o grau de inovação do projeto desenvolvido pela Claranet?
Sendo um serviço associado, a utilização de cloud pública é bastante inovadora no contexto em que permite ao CA disponibilizar serviços e capacidades digitais.
Foi positivo o modelo agile implementado?
Sim. O modelo agile não é novidade para o CA, a sua aplicabilidade no serviço depende das soluções e equipas.
Como vê este novo paradigma de infraestrutura como código?
Este conceito permite passar do provisioning manual para automático, fazer a automação da administração e operação utilizando poucos recursos de hardware.
Quais os derradeiros objetivos da infraestrutura como código?
Diria que são cinco aspetos. Ter velocidade e simplicidade, consistência de configuração, minimização de risco, maior eficiência no desenvolvimento de software e, por último, poupança de custos.
A implementação de uma cultura DevOps acelera a capacidade de resposta às áreas de negócio do CA?
A implementação de um conjunto de práticas e ferramentas que automatizam os processos entre equipas de desenvolvimento de software e de TI possibilitam uma maior envolvência e união de pessoas, processos e produtos, permitindo a entrega contínua de valor ao negócio.
Quais os benefícios da cultura DevOps?
São diversos. Vão desde a possibilidade de reduzir a falha do produto, porque o software entregue pelas equipas de DevOps geralmente é mais adequado ao propósito e relevante para o mercado, graças ao feedback contínuo, até a uma melhor flexibilidade e suporte.
As aplicações criadas pelas equipas de DevOps geralmente são mais escaláveis e fáceis de manter devido ao uso de microsserviços e tecnologias cloud. O time to market é reduzido, devido a implementações mais rápidas e confiantes graças às avançadas ferramentas de Integração Contínua (CI) e automação. Há também uma melhor eficiência das equipas. DevOps significa responsabilidade coletiva, o que leva a um melhor engagement e produtividade. Por último, diria uma visão clara do produto dentro das equipas. O conhecimento do produto não está disperso em diferentes funções, o que significa melhor transparência e tomada de decisões mais focadas.
Aproveitaram este processo de modernização da vossa infraestrutura para alterar processos de negócio internos ou externos?
Para já, o foco foi na reformulação dos processos relacionados com a plataforma de canais bancários, permitindo uma oferta diferenciadora.
Como analisa o resultado alcançado com este serviço?
Ainda é cedo para a análise de resultado, mas a expectativa é ser positivo na medida em que tem permitido acelerar as entregas ao cliente, o que aumenta o grau de satisfação do mesmo.
Que melhorias pensam introduzir num futuro próximo?
A transformação do centro de dados com a utilização de clouds híbridas.
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