A pandemia, com todos os seus entraves, mudou o mundo. O trabalho remoto passou a ser uma ferramenta necessária, assumindo-se como um caminho de futuro. Por sua vez, este fez com que muitas pessoas rumassem a outros destinos — mais distantes e longe do turbilhão citadino, onde a tranquilidade continua a reinar. E tudo sem prejuízo, mas antes a favor, da atividade profissional. E da vida em geral.
O Centro de Portugal é uma das regiões que mais se têm destacado como destino de eleição, tanto para trabalhadores móveis como para nómadas digitais, com ofertas para todos os que pretendem trabalhar à distância. O projeto Work From Centro de Portugal desenvolveu uma plataforma que é, antes de mais, uma viagem pelo território e pelas histórias daqueles que vivem e trabalham no Centro do país. Venha conhecê-las.
De Coimbra: Gonçalo Cadilhe, escritor de viagens
O escritor de viagens já atravessou oceanos em cargueiros, escalou o monte Ararat e subiu o Amazonas, mas foi na Figueira da Foz que decidiu viver.
As raízes, afirma, "têm a ver com os amigos de infância, as memórias com pais e família, mas também com coisas mais profundas que nem sempre apreciamos devidamente".
De Viseu: Capuchinhas
As Capuchinhas dedicam-se à produção de vestuário e de acessórios em burel, linho e lã. O projeto é composto por um grupo de mulheres que não quis arredar pé de Campo Benfeito, numa época em que emigrar era quase a única opção.
Já fizeram peças para a Moda Lisboa, para o estilista Filipe Faísca e viajam regularmente devido a uma colaboração que têm com um estilista japonês. Porém, do mundo inteiro, Campo Benfeito é e será sempre o porto seguro. "Não queríamos sair daqui. O que nos dá força é que a gente quer tanto estar aqui, gosta tanto daquilo que faz", partilham. Isto faz toda a diferença.
Da serra da Estrela: Andreia Proença
Andreia nasceu na Suíça, mas após o seu nascimento os pais regressaram a Videmonte. "Sempre gostei muito de estar aqui e isso fez com que, mesmo quando estava no Porto, sentisse a necessidade de vir cá pelo menos dois fins de semana por mês", diz.
Apesar das saudades que sente da Cidade Invicta, confessa sentir-se muito bem em Videmonte: "É incrível a ausência de trânsito, o poder estar tão próxima dos meus familiares e outras coisas novas que vão surgindo, como ter começado a aprender tricô com uma senhora aqui da aldeia. São coisas que dificilmente aconteceriam em qualquer outro lugar."
Da Beira Baixa: Manu Romeiro e Fábio Superbi
Foi em 2018 que Manu e Fábio conheceram a aldeia de São Miguel de Acha, um lugar onde gostavam de estar, mas que rapidamente veio a significar muito mais. É que num mundo que corre a uma velocidade vertiginosa, o casal encontrou um lugar onde o tempo ainda tem tempo. "Aqui nunca estamos ansiosos por ter de corresponder a muitos compromissos. Há menos tropeçamentos, menos interrupções e isso é ótimo, principalmente para a criação e o nosso bem-estar", partilham.
De Leiria: Surma
Vive entre Lisboa e Leiria, mas é na segunda cidade, no Vale do Horto, onde Surma se sente em casa. "Leiria oferece todos os serviços que encontramos numa cidade de maior dimensão, mas, ao mesmo tempo, mantém a essência dos lugares pacatos. Está longe do caos, do stress e da confusão e, ao mesmo tempo, perto de tudo", afirma.
Do Médio Tejo: projeto Zen Family
Daniela e Luís decidiram estabelecer-se na pequena aldeia de Casas da Ribeira. Para o casal, viver no Centro de Portugal é estar num lugar que oferece infinitas possibilidades. Aqui, a presença (ainda) tão pura da natureza é o melhor antídoto contra a monotonia e o maior estímulo para a criatividade e a criação, sem barreiras nem limites.
Do Oeste: Rogério Leitão
A paixão pelo mar chegou pelas mãos do pai, com quem começou a trabalhar aos 14 anos. Entre Peniche e a Berlenga, Rogério não tem dúvidas e escolhe a ilha: "Era um dos sonhos da minha vida vir para aqui, ter uma casinha aqui. E consegui concretizá-lo."
Da ria de Aveiro: Luís Sousa Ferreira
Estudou nas Caldas da Rainha e, durante o percurso profissional, passou por vários lugares, como Vila Velha de Ródão e Lisboa. Atualmente, é programador cultural em Ílhavo. Considera que os recursos tecnológicos de hoje permitem que tudo seja possível: "Não há razão para que um artista em Ílhavo tenha menos condições ou menos ambições do que um artista em Lisboa, Paris ou Nova Iorque."
Além do mais, Luís afirma que "adora poder viver num lugar assim, onde as dimensões de espaço público e privado se diluem e onde as pessoas se apropriam da rua, criando um espírito de vizinhança superinteressante e dinâmico".
São histórias de sucesso altamente inspiradoras. Conheça estes e outros testemunhos de quem fez do Centro de Portugal a sua casa em https://workfrom.turismodocentro.pt/.