A ideia de globalização é a evolução do conceito de aldeia global criado pelo canadiano Herbert Marshall McLuhan. O desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte encurtaram as distâncias na Terra. O progresso tecnológico reduziu o planeta à mesma situação que ocorre numa aldeia, um mundo no qual todos estão interligados e informados. É mais fácil viajar para qualquer ponto do mundo. É mais acessível desenvolver negócios e trocas comerciais em qualquer parte do planeta. A economia portuguesa é um bom exemplo da globalização e transformação que trouxe ao país. A crise obrigou a transformar muitos negócios. As limitadas opções de crescimento da economia portuguesa nos últimos anos, aliadas à instabilidade política e macroeconómica de alguns países, obrigaram as empresas a procurar novos destinos para as exportações.
Se tivermos em conta que, em 2010, o valor das exportações no peso do Produto Interno Bruto (PIB) não representava sequer 30%, em 2017, esse valor foi de 43,1%, o que equivale a 84 mil milhões de euros. Este valor só foi possível alcançar com o esforço de empresários, gestores e colaboradores que decidiram apostar e diversificar os mercados nos quais trabalham. As estimativas de entidades públicas como o IAPMEI ou a AICEP mostram que em Portugal existem cerca de 55 mil empresas exportadoras.
Muitos empresários e quadros intermédios viajam em missões empresariais para promover novos negócios. Em muitos mercados, o contacto pessoal continua a ser privilegiado, o que obriga a deslocações frequentes até ao estrangeiro.
Há negócios e negócios, há ir e voltar
Além dos mercados tradicionais da Europa – Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Países Baixos, Itália, Bélgica –, os EUA e os mercados lusófonos (nomeadamente Angola), as empresas portuguesas apostam em mercados tão diversos como Turquia, México, Emirados Árabes Unidos, África do Sul, Japão, Filipinas, Taiwan, China, Malásia ou Chile.
São países nos quais é necessário ter cuidados adicionais com a saúde. Importa que os decisores das empresas tomem conhecimento da necessidade de os seus colaboradores realizarem a consulta do viajante quando se deslocam a estas ou outras latitudes semelhantes. Se muitos destes destinos são um risco controlado para o negócio, a mesma atitude deve ser aplicada à saúde dos colaboradores que viajam para estes locais. A assistência médica deve ser feita para diagnosticar os problemas de saúde possivelmente contraídos durante a viagem, e para efectuar o controlo periódico de indivíduos que passam temporadas prolongadas em países ou regiões onde o risco de contrair doenças é elevado.
A maioria dos portugueses associa que a consulta do viajante apenas é válida para regiões tropicais. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) aconselha que a consulta deve ser sempre feita para quem viaja para um destino longínquo, dentro ou fora da Europa. O aconselhamento médico pré-viagem deve ser efectuado com uma antecedência de quatro a seis semanas antes da partida.
Nestas consultas o médico explica as medidas preventivas a adoptar antes, durante e depois da viagem. Estas medidas dependem do destino, da idade, do estado de saúde do viajante, do intervalo de tempo que falta para o início da viagem e do tipo de viagem e incluem uma avaliação personalizada dos riscos de saúde relacionados com a viagem, prestando orientação nos cuidados a ter com os alimentos, a água potável e os insectos, bem como a prevenção através de vacinas e profilaxia.
As vacinas são obrigatórias?
Depende do destino. É para aconselhar e informar que existem as consultas de saúde do viajante. As vacinas mais frequentes são as que protegem contra doenças como a cólera, a difteria, a encefalite japonesa, a hepatite A, a hepatite B, a gripe, a raiva, o tétano e a febre tifóide.
As consultas de saúde do viajante e os centros de vacinação internacional estão espalhados por todo o país. Não se esqueça, prevenir é proteger. Não regresse de viagem com passageiros indesejáveis. Marque a consulta do viajante num dos diversos espaços disponíveis no território nacional. Encontra em cada Administração Regional de Saúde e nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira locais aos quais pode recorrer. Pode encontrar a informação na página do SNS dedicada à consulta do viajante. Quem vive longe dos centros nos quais se encontram estas consultas pode sempre recorrer à telemedicina.
Doenças mais comuns transmitidas por:
Água e alimentos
bilharziose; cólera; febre tifóide e hepatite A.
Seres humanos
ébola; hepatite B; meningite; poliomielite; sarampo; VIH (sida).
Mosquitos
chicungunha; dengue; encefalite japonesa; febre-amarela; malária; zica.
Outros animais
ébola; encefalite da carraça; raiva; síndrome respiratória do Médio Oriente.
Trabalhar no estrangeiro
Além das viagens de negócio, muitos portugueses foram confrontados com a necessidade de emigrar para encontrar trabalho após o período de crise que assolou o país. Dados do Observatório da Emigração mostram que em 2017 havia 2,26 milhões de portugueses a residir no estrangeiro. Vivem maioritariamente no continente europeu, mas muitos encontraram emprego no continente africano, Médio Oriente ou América. Muitos precisam de ter o seu certificado internacional de vacinação em dia e actualizado para entrar em Portugal e nos países de destino que os acolheram.
Portugueses pelo mundo
147.245
África
358.564
América do Norte
234.078
América Latina e Caraíbas
3.663
Ásia
1.502.151
Europa
21.014
Oceânia
(Fonte: Observatório da Emigração)