O lema da Unimadeiras, que assinala 50 anos de existência, é "A floresta é a nossa vida". Não podia ser mais certeiro. Estávamos em 1974, o ano da revolução de Abril, quando nasceu, como o produto de um sonho coletivo, um grupo de produtores de madeira que se unia em cooperativa. "Era um projeto de esperança e dedicação, sustentado pela força da terra e pelo trabalho árduo das mãos que moldam o futuro das florestas. Com o passar dos anos, essa cooperativa transformou-se numa sociedade anónima, mas sem nunca perder o espírito que a viu nascer", afirma Jorge Loureiro, presidente executivo da Unimadeiras.
Um percurso de empenho e dedicação pelo qual a empresa se elevou como líder no setor da madeira e produtos derivados. Atualmente, a empresa gere, direta e indiretamente, mais de 2.000 postos de trabalho e tem 627 acionistas, espalhados de norte a sul do país. "Este número reflete a sua ampla rede de operações, que inclui a produção, comércio e exploração florestal em várias regiões de Portugal, consolidando a sua liderança no setor", sublinha o responsável.
A empresa está em fase de crescimento em Albergaria-a-Velha, Figueira da Foz e Porto. Na sede, em Albergaria-a-Velha, conta com mais de 25 colaboradores diretos e indiretos, "todos com a responsabilidade de elevar o nome da Unimadeiras como referência nacional".
Um futuro de inovação
Em meio século de existência, a Unimadeiras fez uma constante adaptação às novas realidades do mercado, o que a levou a posicionar-se como um líder na gestão florestal sustentável, comprometida com a conservação do património florestal. Agora está focada nos desafios de inovação para o futuro.
"O que começou como uma cooperativa centrada no fornecimento de madeira transformou-se numa sociedade sólida e diversificada. A empresa ampliou a sua atuação, não só na comercialização de madeira, mas também no desenvolvimento de soluções mais inovadoras e sustentáveis, como o trading de pellets para aquecimento industrial através da Unipellets."
O investimento na gestão florestal de excelência, a inovação nos processos produtivos e a aposta na certificação ESG (Environmental, Social and Governance) também impulsionaram o crescimento da empresa. "Estar envolvido nesta missão traz à Unimadeiras novas áreas comerciais e novos produtos, permitindo-lhe explorar novos mercados e contribuir para a economia circular", afirma Jorge Loureiro.
Hoje, a Unimadeiras é uma referência no setor, unindo tradição e inovação, e mantendo o seu papel como guardiã das florestas e promotora do desenvolvimento sustentável em Portugal.
33.852 hectares de floresta certificada
A Unimadeiras gere atualmente cerca de 33.852 hectares de floresta certificada, com uma gestão fortemente orientada pela promoção de boas-práticas florestais que asseguram a sustentabilidade e a conservação dos recursos naturais.
Grande parte dessas áreas pertence a pequenos proprietários, especialmente concentrados no Norte de Portugal, onde predomina o minifúndio — pequenas propriedades altamente fragmentadas, o que contrasta com o latifúndio predominante no Sul do país, caracterizado por grandes extensões de terra sob a gestão de poucos proprietários.
"Essa diferença regional permite à Unimadeiras posicionar-se como um player intransponível na sua área natural de atuação, dominando a complexa gestão do minifúndio no Norte. A empresa, enfrentando os desafios da fragmentação, investe continuamente em práticas de gestão coletiva e eficiente para integrar os pequenos proprietários no contexto de uma gestão florestal sustentável e certificada, permitindo-lhes aceder a mercados mais exigentes e valorizados", destaca o presidente executivo.
A valorização da fileira florestal
Como explicou Jorge Loureiro, a Unimadeiras, que atua no setor florestal, procura fazer uma valorização estratégica e abrangente da fileira florestal, isto é, da cadeia produtiva da floresta – ou seja, o conjunto de atividades e processos que envolvem o uso e a gestão das florestas.
Em primeiro lugar, destaque para a valorização económica. "A fileira florestal acompanha desde a gestão e manutenção das florestas até ao processamento e comercialização dos produtos, abrangendo toda uma vasta cadeia produtiva e isto gera emprego em áreas rurais, promove o desenvolvimento regional e, consequentemente, contribui significativamente para o PIB nacional", afirma o responsável máximo da empresa.
Outra forma de valorização é a sustentabilidade. "Neste ponto, a nossa empresa alavanca o papel vital que a fileira florestal sob gestão desempenha na promoção da sustentabilidade, ao incentivar boas-práticas de gestão e reflorestamento, ao desempenhar um papel relevante na captura de carbono, ajudando, claramente, a combater as alterações climáticas."
A gestão responsável das florestas é o último garante para a proteção de espécies e ecossistemas, preservando dessa forma a biodiversidade local.
"Não nos podemos esquecer da valorização social, cultural, educação e sensibilização pública. Não menos importante é o papel da Unimadeiras em incentivar e valorizar os mecanismos de certificação florestal", refere Jorge Loureiro.
O presidente executivo referiu ainda a valorização da fileira florestal através do desenvolvimento de inovação e tecnologia, em que a investigação em produtos florestais está constantemente a gerar novas possibilidades, como biocompostos, produtos florestais renováveis, bioenergia e biomassa. "O nosso setor é inovador e está sempre na vanguarda das soluções ecológicas para substituir produtos não renováveis."
Critérios ESG: "2025 é uma meta ambiciosa"
O processo de aplicação dos critérios ambientais, sociais e de governação (ESG) na gestão da Unimadeiras começou este ano, mas a visão é já de longo prazo.
A empresa está comprometida em implementar um "plano progressivo e realista, focado em atingir objetivos mensuráveis de curto e médio prazo" dos critérios de gestão sustentável ESG (Environmental, Social and Governance), afirma Bruno Brandão, diretor Financeiro do Grupo Unimadeiras e administrador executivo da Unipelets.
"As projeções para o final deste ano indicam que a Unimadeiras deverá atingir um volume de negócios de 112 milhões de euros, enquanto a Unipellets, agora autonomizada, deverá alcançar aproximadamente 6 milhões de euros. Assim, o volume de negócios consolidado do grupo deverá situar-se em cerca de 118 milhões de euros em 2024, mantendo um crescimento sustentável e consistente", sublina Bruno Brandão.
A adaptação às práticas ESG exige "tempo, investimentos e ajustes contínuos", mas a empresa está determinada a fazer "avanços significativos no fortalecimento das suas políticas ambientais, sociais e de governação ao longo dos próximos anos, com a consciência de que este é um processo de evolução contínua".
No eixo ambiental, a empresa tem o Projeto de Gestão Sustentável das Florestas Certificadas. Trata-se da gestão sustentável de 33.852 hectares de floresta certificada. Este projeto inclui a promoção de boas-práticas florestais, reflorestação de áreas afetadas por incêndios, diversificação de espécies e monitorização constante da biodiversidade.
No eixo social, avança com o Projeto de Capacitação e Formação de Proprietários e Trabalhadores Florestais, com especial enfoque para os que gerem minifúndios. Este projeto visa fornecer formação contínua sobre boas-práticas de gestão florestal, técnicas de prevenção de incêndios e sustentabilidade, permitindo que as comunidades rurais tenham acesso a melhores oportunidades económicas e que as florestas sejam geridas de forma mais eficiente e responsável.
No eixo governação, a empresa tem o Projeto de Transparência e Certificação ESG. A Unimadeiras contratou um responsável específico para assegurar que as práticas da empresa estão em conformidade com as normas internacionais de sustentabilidade e governação. Este projeto inclui a implementação de políticas claras de transparência, ética e integridade nos negócios, bem como o reforço do compromisso com a certificação das cadeias de custódia FSC® e PEFC. "A Unimadeiras está a garantir que os seus processos internos sejam continuamente auditados e melhorados, assegurando a conformidade com as melhores práticas de governação e fortalecendo a confiança dos seus stakeholders."