Num mundo em que 36% das emissões de CO2 são provenientes da construção civil e onde, em Portugal e até ao momento, não existem alternativas válidas, Gerd Jakob, empreendedor alemão residente em Portugal, acompanhado dos seus parceiros, pretende criar casas e edifícios ecológicos e sustentáveis. Atendendo à experiência de todos, focada em redesenhar modelos de negócios tradicionais, em negócios ecológica e socialmente sustentáveis, procuraram soluções em Portugal para concretizar as suas ideias.
A construção sustentável era, e é, um mercado muito pouco explorado. Além disso, não existe muito know-how em sistemas construtivos sustentáveis e, claro, há também a questão da escassez de matéria-prima apta para uma construção sustentável – a madeira, que se quer de origem certificada, com maturidade e níveis de humidade adequados.
Sem florestas, não há madeira. E sem madeira, não há Arolla. Razão pela qual a proteção, preservação e gestão sustentável do capital natural das florestas portuguesas é tão importante — fundamental, aliás — para a Arolla.
Gestão florestal hoje, para o amanhã
Como explica o diretor-geral, Gerd Jakob, a Arolla está a formar uma subsidiária denominada Arolla Espaços Naturais (ANS) que tem como propósito a gestão eficiente de uma área florestal que crescerá a cada ano, pelo menos em volume de madeira a equivalente ao necessário para a produção da Arolla.
O objetivo é atingir uma produção de 100.000 metros cúbicos por ano até 2028, o que significa que a ANS irá gerir mais de 10 milhões de árvores, com a inerente criação de postos de trabalho permanentes associados às florestas e às serrações.
Assim sendo, a marca visa não só assegurar a disponibilidade a longo prazo de matérias-primas para o seu sistema de construção em madeira CLT, mas também que o fornecimento destas matérias-primas seja totalmente sustentável e certificado.
O intuito primordial é a reestruturação da floresta, afastando-a de uma monocultura altamente vulnerável e redirecionando-a para florestas mistas resilientes e menos suscetíveis a incêndios, pragas e tempestades. Com o stress crescente provocado pelas alterações climáticas e pelos incêndios florestais, a conversão das nossas florestas torna-se ainda mais importante e urgente.
As florestas mistas absorvem mais CO2 durante um período de tempo mais longo e de uma forma mais estável do que as monoculturas. São mais ativas e podem reter carbono no solo mineral de forma mais eficaz. O impacto da conversão florestal vai além da produção de madeira e os principais benefícios das florestas mistas incluem a biodiversidade e a rentabilidade a longo prazo.
Na opinião do diretor-geral, Gerd Jakob, a sustentabilidade requer uma gestão florestal que não coloque a maximização dos lucros em primeiro lugar, mas a criação de uma floresta resiliente e saudável que seja compatível com as condições e fauna da sua localização.
A Arolla Espaços Naturais (ANS) é um grande passo em frente na substituição das monoculturas florestais por florestas mistas baseadas em espécies arbóreas indígenas no Norte de Portugal e na criação de condições nas quais o Montado, no Sul, seja capaz de sobreviver ao impacto das alterações climáticas.
Com a implementação deste ambicioso projeto de Gestão Florestal, o peso da madeira de origem nacional terá um forte incremento na constituição dos painéis CLT da Arolla. Pelas caraterísticas apresentadas e testadas, o pinheiro-bravo (Pinus pinaster) demonstrou resultados surpreendentes e que reforçam ainda mais a qualidade, a resistência e a sustentabilidade dos painéis CLT produzidos.
Desta forma, o propósito final da Arolla neste capítulo é bastante claro: fazer com que 75% da madeira utilizada nas estruturas CLT seja proveniente de florestas portuguesas. Para o conseguir, conta criar as alianças adequadas, ajudar as comunidades locais e estabelecer uma floresta à prova de futuro.
A implementação desta abordagem à madeira conduz, naturalmente, à criação de mais postos de trabalho e da capacitação dos mesmos com mais e melhor formação profissional. Claramente, outra forma de investir no amanhã económico e social das comunidades locais.
Em consequência, a nível socioeconómico, a Arolla prevê para a operação de gestão florestal e serração a criação de cerca de 70 empregos diretos, que somam aos já mais de 50 postos de trabalho que tem na sua fábrica em Setúbal. Para a Arolla, investir na floresta é investir no futuro local.
Além da madeira, está o CLT
Na essência de uma casa ou edifício Arolla está sempre o CLT (Cross Laminated Timber), que constituiu um elemento de construção monolítico em madeira maciça, composto entre três a nove camadas de madeira cortada e contracolada em ângulos de 90º (ou seja, cruzada), com uma cola sem toxinas habitáveis e/ou residuais e que permite a respiração do material, dando-lhe a capacidade de regular a humidade no seu interior — e, portanto, o seu clima e conforto —, com uma pegada de carbono revolucionariamente reduzida.
É um material sólido, termicamente isolante, 100% natural, seco, à prova de água, e, ainda assim, permeável ao ar. Contribui para a redução de CO2 — retendo 1 tonelada de CO2 por m3 —, extraído do ar pela madeira durante o tempo do seu crescimento, tornando-se assim num material de excelência.
É um sistema flexível que, sozinho, substitui vários materiais, de uso interior ou exterior. E ao utilizar painéis de CLT mais estreitos consegue-se uma melhor adaptação às especificidades de cada projeto, tanto a nível criativo como disruptivo.
Começa agora um futuro mais sustentável
Este projeto é um sinal claro de que as tendências no mercado da construção civil em Portugal têm de mudar. A Arolla surge como resposta a esta exigência de casas e edifícios saudáveis na natureza e garante que o seu sistema construtivo é a alternativa. Ao mesmo tempo, quer promover a redefinição das áreas e espaços florestais, com soluções a pensar na organização do território. Um futuro verdadeiramente verde começa agora.
Para mais informações pode consultar o site www.arolla.pt ou enviar email para info@arolla.pt.
A oferta de colaboração com os proprietários dos terrenos florestais – municípios ou privados, contempla quatro tipos de compensação:
1. Pelo arrendamento do terreno.
2. Um montante relativo às colheitas.
3. Pela plantação de florestas mistas após a colheita (e a sua correspetiva gestão).
4. Pela criação de um Soft Tourism, em que o turista é convidado a conhecer a fauna e flora locais e em que a participação das próprias comunidades é potenciada.
Este conteúdo foi produzido integralmente pela Arolla