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Gestão de talentos: o papel dos nómadas digitais nas organizações

Uma das maiores mudanças que a pandemia trouxe ao mercado de trabalho consiste, certamente, no teletrabalho.

18 de Maio de 2023 às 11:01
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Embora as empresas ainda estejam a avaliar os prós e os contras de adotar este novo regime, em exclusividade ou sistema misto, o trabalho remoto afigura-se como uma possibilidade cada vez mais usual nos processos de recrutamento e gestão de talentos. Portanto, o movimento dos nómadas digitais — que já existia antes da pandemia — ganhou impulso e, naturalmente, novos adeptos.



Rui Rocheta
Regional Head France, Iberia e Latam da Gi Group Holding

Em suma, estes trabalhadores não estão vinculados a uma localização específica, utilizam as tecnologias digitais como ferramentas de trabalho e apreciam aliar as experiências de viajar e conhecer o mundo à atividade laboral, dependendo apenas da ligação à internet.



Uma comunidade em crescimento graças à revolução digital no trabalho


Estima-se que existam cerca de 35 milhões de nómadas digitaisZ em todo o mundo. Cerca de 50% são provenientes dos EUA e os seus destinos prediletos incluem cidades como Londres, Banguecoque ou Nova Iorque. Ademais, a média das suas idades ronda os 30 anos e quase metade trabalha por conta própria.


Só cerca de 35% destes trabalhadores possuem um vínculo contratual com uma empresa. Valorizam, principalmente, a flexibilidade no trabalho e a segurança. Além disso, prevê-se que a tendência de crescimento desta comunidade se mantenha, como revela o retrato dos nómadas digitais do Statista.


Já em Portugal, residem entre 90 e 100 mil nómadas digitais, espalhados pelo país, principalmente concentrados em Lisboa e no Porto, segundo dados da Digital Nomad Association (DNA). Na Madeira, tem-se estabelecido também uma comunidade considerável de nómadas digitais.



Que benefícios podem trazer os nómadas digitais às empresas?


Basta analisar com atenção os estudos da comunidade de nómadas digitais para encontrar algumas características certamente benéficas para as organizações.


Estes trabalhadores:


• Apresentam níveis de formação elevados, sendo altamente qualificados e tendo um profundo domínio e uma vasta experiência na área digital;


• Demonstram níveis de satisfação bastante elevados no trabalho e relativamente ao rendimento obtido (cerca de 90% e 76%, respetivamente, segundo um estudo da Emergent Research e da MBO Partners);


• Revelam um compromisso superior com a formação, comparativamente com os restantes trabalhadores, além de evidenciarem competências digitais, técnicas e profissionais procuradas.


Estes fatores evidenciam, inegavelmente, que, apesar da ausência física, os nómadas digitais conseguem fornecer muito valor às organizações, sobretudo considerando a importância das competências digitais que possuem. No entanto, para que tal ocorra, revela-se necessário que as empresas estejam preparadas para os acolher adequadamente.



Como assegurar estes benefícios e apoiar o trabalho digital online?


As empresas que escolhem contratar os serviços dos nómadas digitais têm, em primeiro lugar, de lidar com uma grande variedade de legislações e sistemas de regulação, consoante a região onde estes profissionais se localizam. Afinal, as leis e as regras aplicadas (por exemplo, as questões tributárias) pertencem à jurisdição em que o trabalho se realiza.


Por conseguinte, as empresas devem demonstrar capacidade de gestão de uma multiplicidade de regimes distintos, para não infringirem leis. Procurar apoio jurídico que salvaguarde o cumprimento das obrigações e os interesses das organizações torna-se, pois, crucial. Tal poderá envolver a imposição de algumas limitações contratuais, tais como:


• Obrigatoriedade de o trabalhador partilhar informações e atualizações sobre o local onde opera;


• Limitar o trabalho nómada a algumas regiões ou estabelecer “no-fly zones”.


Acauteladas estas questões, através de normas claras, as empresas terão muito a ganhar com a criação de programas de atração de nómadas digitais, sobretudo porque estes evidenciam skills em áreas nas quais se verifica escassez de talento.



Este conteúdo foi produzido integralmente por Rui Rocheta, da Gi Group Holding