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ETF resistem a reticências face à economia chinesa

A baixa dos “ratings” da economia chinesa não teve reflexos imediatos nos mercados. Os Exchange Traded Funds (ETF) continuam a atrair grandes e pequenos investidores, sobretudo quando não têm comissões de corretagem associadas.

17 de Julho de 2017 às 11:25
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Talvez não sejam "um negócio da China", como se costuma dizer em português corrente, mas os ETF mantêm a sua atracção, apesar dos receios face a um potencial arrefecimento da enorme e dinâmica economia chinesa.

No final de Maio, a agência Moody’s baixou o "rating" do crédito na China pela primeira vez em quase 30 anos. Passou de Aa3, "qualidade elevada", para A1, "qualidade média superior". A notação ficou a par com a da Fitch e um nível abaixo da atribuída pela Standard & Poor’s.

"O ‘downgrade’ reflecte a expectativa da Moody's de que a força financeira da China se irá desgastar um pouco nos próximos anos, com a dívida global da economia continuando a aumentar, enquanto o potencial de crescimento diminui", justificou então a agência de notação.

Em causa, para as agências de notação estão riscos previsíveis decorrentes de um aumento da dívida corporativa chinesa de 100% para 170% do PIB, desde a crise de 2008.

Ao longo dos anos, o governo chinês tem estimulado o crescimento da economia com baixas taxas de financiamento. Apesar disso, além do aumento dos níveis de crédito e da dívida, o crescimento no último ano, de 6,7%, foi o mais baixo desde 1990.

A Moody's admite que o crescimento da economia chinesa diminua para valores da ordem dos 5% nos próximos cinco anos. Daí, ter também baixado num nível a notação atribuída a 26 empresas estatais, em que se incluem a China National Petroleum Corporation, a Guangzhou Metro Group, a Dongfeng Motor Corporation e a China Three Gorges Corporation, um dos principais acionistas da elétrica portuguesa EDP.

Soluções

Com o refreamento das notações, poderá ser admissível que as grandes empresas chinesas tenham de se socorrer de empréstimos junto de bancos nacionais, já que o preço do dinheiro de investidores estrangeiros será mais caro.

Cientes do risco, as autoridades chinesas procuram conseguir soluções para desalavancar a dívida empresarial sem arriscar uma crise de crédito.

Face às reticências lançadas pela baixa das notações, Xiao Jie, o ministro chinês da Finanças, citado pelo jornal britânico The Guardian, afiançou que o PIB do país irá continuar a crescer entre níveis médios e altos, o que "proporcionará um apoio fundamental para afastar os riscos da dívida", que "não irão mudar dramaticamente no período de 2018-20, face ao que ocorreu em 2016".

Investimentos

A atenção das autoridades chinesas face às ameaças que enfrenta a sua economia poderá ter ajudado a manter a confiança dos investidores internacionais.

Nas últimas semanas, os ETF baseados na China continuavam a superar os valores de referência da maioria das economias emergentes, sendo certo que os analistas continuam a considerar que os títulos dos mercados europeus e norte-americanos permanecem demasiado caros, com relações preço-lucro pouco atractivas.

Os ETF de mercados emergentes continuam assim, nos últimos meses, a atrair capital, incluindo de pequenos investidores, para os quais o comissionamento excessivo praticado por muitas corretoras é por vezes o único entrave.

Sem comissões, os investidores percebem que podem rentabilizar mais o seu capital, obtendo mais-valias, o que levou a corretora DeGiro a disponibilizar recentemente um portefólio de 700 ETF com negociação gratuita, incluindo fundos de investimento relacionados com economias emergentes.

A corretora fundada na Holanda, em 2008, opera há três anos em Portugal, onde tem conquistado investidores, seja pela infra-estrutura rápida e directa de negociação através da internet, seja pela prática das baixas comissões aplicadas nas transacções.

Com a crescente procura de ETF, a corretora passou a oferecer aos seus clientes a possibilidade de realizar uma transacção mensal, seja de compra ou de venda, livre de comissões, além de outras facilidades que estão espelhadas na página online da DeGiro.