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É assim que vão ser as casas do futuro

O mercado imobiliário está num momento de transição rumo à sustentabilidade. A forma como construímos as casas onde vivemos vai mudar drasticamente já em 2026, com impacto positivo para o meio ambiente e também para a carteira.

26 de Maio de 2023 às 12:15
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As casas como as conhecemos jamais serão as mesmas. As exigências da nova diretiva "On the Energy Performance of Buildings", aprovada no Parlamento Europeu em março, no âmbito das políticas de Energia e da Neutralidade Carbónica, vão afetar o setor imobiliário e a vida de todos os portugueses.


Em resposta à crise climática, os edifícios públicos novos terão que ser "emissão zero" já a partir de 2026, e em 2028 para os restantes. A diretiva define ainda que os edifícios existentes têm de iniciar um processo de renovação que os coloque numa categoria energética não inferior a D já em 2030 e que caminhem para alcançar "emissões zero" em 2050.


No entanto, o conforto e o bem-estar no dia a dia não têm de ser sacrificados em nome do planeta. A mediadora imobiliária 100% portuguesa Zome é um player que está no leme da mudança e que está ativamente a ajudar os clientes a prepararem-se para dar o salto para uma vida mais sustentável.


Antecipando a Semana Verde da UE, que este ano se celebra entre 3 e 11 de junho, a mediadora considera urgente a implementação de uma abordagem multidimensional que une viabilidade económica com uma dimensão ambiental e social.


Apesar do contexto económico atual, existem soluções alternativas capazes de tornar o sonho de comprar casa numa realidade. E não, não estamos a falar de “casas de bonecas”. A transformação tecnológica chegou ao mercado imobiliário, abrindo um mundo de novas possibilidades e respondendo eficazmente a duas crises: a crise na habitação e também a crise ambiental.



Vivemos em casas "tóxicas"?


O setor imobiliário é responsável por 38% das emissões globais de gases com efeito estufa, um valor que não pode aumentar. Mesmo antes de começarem a ser habitados, os edifícios emitem esses gases por via do CO2, resultante da energia consumida durante o processo de produção e do próprio processo produtivo dos materiais de construção convencionais. Apenas no fabrico de cimento são produzidas 8% das emissões totais no mundo. Como tal, a directiva  recomenda o recurso a materiais naturais na construção como, por exemplo, a madeira.


Para a Zome, a nova tendência da construção sustentável é, sem dúvida alguma, o futuro. A mediadora considera que esse tipo de construção vai muito mais além da redução da pegada ecológica e contribui para a agilização dos próprios processos, como os processos de licenciamento, o que por sua vez incentiva a construção, aumenta a oferta de imóveis e fomenta a descida dos preços. As casas do futuro respondem assim a duas crises: a crise na habitação e a crise ambiental.


A Zome destaca ainda a importância de implementar novas formas de certificação mais completas e que vão muito além da avaliação do desempenho energético, com o objetivo de avaliar a sustentabilidade de um edifício sob vários prismas.


Novas formas de certificação sustentável
• BREEAM (Leadership in Energy and Environmental Design)

• LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)

• WELL (focado na saúde e no bem-estar de quem vive ou utiliza os edifícios)

Casas de sonho acessíveis, energeticamente eficientes e prontas a habitar em pouco tempo


Patrícia Santos, CEO da Zome, considera que as casas pré-fabricadas e modulares são uma alternativa à construção tradicional e podem ser a escolha certa para quem procura um espaço confortável, flexível e adaptável a diferentes necessidades.


Com um tempo de obra menor e, regra geral, com um custo mais baixo, são cada vez mais populares e apresentam-se como uma nova solução construtiva que oferece ótimas condições de habitabilidade.


Das mais rústicas e convencionais às modernas e minimalistas, a oferta é muito variada, com modelos, preços e caraterísticas muito diferentes, dependendo dos usos e opções escolhidas. Trata-se também de uma construção mais limpa, com utilização de materiais recicláveis e sem desperdício de matérias-primas.


O recurso crescente à madeira na construção está a tornar-se cada vez mais popular na Europa e corresponde a uma profunda mudança de paradigma no setor imobiliário. Esta nova realidade já é assumida pela Zome nos seus novos projetos.




“A qualidade deste tipo de construção acaba por ser muito superior porque tudo é testado em fábrica. O módulo da casa de banho que é construído em fábrica, por exemplo, tem todos os seus materiais testados, dos sanitários à tubagem. Já para não falar do que se poupa em desperdícios de material de obra, é abissal”, explica Patrícia Santos.


“Quando se fala em construção sustentável não se trata só da construção amiga do ambiente. É preciso repensar os métodos construtivos para que a construção seja mais acessível também. Porque é isso que vai permitir construir produto que seja adequado à procura. É preciso mudar totalmente a metodologia de construção, industrializando esse processo construtivo, o que permite não só reduzir os custos como resolver o problema da mão de obra pois facilita toda a forma de recrutamento”, acrescenta.


A construção feita em fábrica democratiza o acesso à profissão, passando a incluir na sua força de trabalho mulheres e pessoas de idade mais avançada.



Casas modulares chegaram a Portugal


Extremamente populares nos países nórdicos ou em Espanha, por exemplo, estas casas modernas surgem assim como uma opção viável e credível e podem ser a solução sobretudo para os mais jovens, que vivem com salários desajustados à realidade económica atual e por isso são cada vez mais excluídos do mercado imobiliário.


No que diz respeito à construção em Portugal, acreditamos que o caminho passará por soluções de construção híbrida, isto é, que permitem que parte desta seja feita off-site, diminuindo assim gastos com o transporte ou com o tempo de montagem”, partilha João Morgado, COO da Zome.




Já temos alguns exemplos no Norte do país, da construtora Casais, que está a finalizar um hotel com base nestas soluções e será o primeiro edifício de construção híbrida na Península Ibérica”, acrescentou.



O futuro do mercado imobiliário é verde


Patrícia Santos salienta o papel determinante do Governo para impulsionar esta transição no método de construção.


“É preciso existir incentivo por parte do Governo para as empresas que estão a desenvolver produto neste tipo de metodologia. As empresas não podem estar sozinhas nisto. Basta olhar para os países nórdicos ou para Espanha. Nós ainda estamos na cauda da Europa apesar de existir aqui um potencial incrível”, destacou.


"É preciso que nesta área exista um esforço conjunto com o Estado, até para dar credibilidade”, afirma a CEO da Zome.


A Zome prevê que as preocupações ambientais, sociais e de governação empresarial façam cada vez mais parte das decisões no setor, com objetivos de concretização que vão desde a redução de emissões, até à aposta em políticas de diversidade e inclusão dentro das organizações.


Para a mediadora imobiliária, mais do que uma nova tendência no imobiliário, a tecnologia representará um papel central enquanto ferramenta indispensável para assegurar um planeta sustentável e o direito à habitação digna para todos. Além de promover a resiliência do setor ao desenvolver, simplificar, e acelerar processos. É um mundo novo.