A III Energy and Climate Summit conta com a presença de três membros do Governo (Agricultura, Ambiente, e Coesão Territorial), e procura juntar, em debates com decisores e especialistas nacionais e internacionais, o mais recente conhecimento científico e tecnológico, com as melhores práticas nacionais e internacionais. O objetivo central é discutir e fazer avançar soluções para a melhor gestão dos recursos hídricos em Portugal.
Para Ricardo Campos, presidente do Fórum da Energia e Clima, e coorganizador da conferência, "a realidade deste ano, como a de anos anteriores, mostra que vamos enfrentar cenários de escassez de água cada vez mais frequentes. Estamos a viver as consequências das alterações climáticas, que nos estão a colocar desafios de grande complexidade". Neste contexto, "temos de considerar um leque amplo de soluções que nos permita a melhor adaptação possível, desde uma maior eficiência na gestão, até à reutilização e fabrico da água", refere o responsável.
Complexidade da situação pede leque amplo de soluções
O que fazer com a água num clima que já mudou? Esta é a pergunta que irá dar o mote aos painéis de decisores e especialistas, moderados por jornalistas convidados, e que irão ter lugar no primeiro dia. No centro da discussão estará a forma como as alterações climáticas já estão a influenciar e a promover a disrupção do ciclo da água e a necessidade de melhorar muito a gestão da água. Neste contexto, serão discutidas as experiências e as boas práticas na reutilização e na dessalinização da água, com exemplos em Cabo Verde, Porto Santo, Algarve, e Lisboa e Zona Oeste.
No segundo dia, estarão em debate questões particularmente sensíveis como os transvases (ou seja, a transferência de água entre bacias hidrográficas). De seguida, e com a agricultura a ser responsável por 75% do consumo de água, um painel será dedicado à eficiência hídrica neste setor da economia. Finalmente, mas não menos importante, um painel terá como tema as perdas de água nas redes. Um aspeto importante da gestão da água, quando se sabe que há enormes diferenças entre municípios na percentagem de perdas de água nas respetivas redes.
Projeto GUARDIÕES apresenta primeiros resultados
A conferência decorre no âmbito do projeto GUARDIÕES, promovido pelo Instituto Politécnico de Portalegre, em parceria com o Fórum da Energia e Clima, e com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo. Esta iniciativa visa congregar vontades e desenvolver soluções que façam do Alentejo um exemplo na transição para uma economia mais circular e sustentável.
No contexto deste projeto, é de assinalar que na conferência de Beja serão já apresentados os primeiros resultados do GUARDIÕES, com o lançamento de novas ofertas formativas na área da energia e do ambiente, num esforço conjunto do Politécnico de Portalegre, e de universidades nacionais e de países da CPLP.
As entidades organizadoras já promoveram duas conferências no âmbito deste projeto. A primeira, em Portalegre, sobre educação e cultura. A segunda, sobre a transição energética, em Sines. Em janeiro de 2023, será a vez da mobilidade, com especial enfoque na ferrovia, em Évora. Para culminar, em abril, em Portalegre, terá lugar uma grande conferência sobre economia circular. São esperados mais de 250 congressistas em Beja na III Energy and Climate Summit. A conferência será também transmitida em direto e pode ser vista aqui.