Promover ações climáticas e a coesão social, sobretudo em algumas das regiões mais frágeis em matéria de resiliência climática e económica. Este é o grande objetivo dos 406,5 milhões de euros de financiamento acordado entre o Banco Europeu o Investimento (BEI) e a Galp.
O montante, proveniente de três acordos, vai permitir a construção de parques de energia solar e a implantação de estações de carregamento de veículos elétricos (VE) em toda a Península Ibérica. O montante poderá ainda ser alargado até 731,5 milhões numa fase posterior, com a aprovação de mais 325 milhões. Ao todo, os projetos irão gerar em média um total de 3,6 TWh de energia renovável/ano, o equivalente ao consumo de energia de aproximadamente 940 mil lares.
A meta está claramente traçada pela Galp: ser uma empresa de emissões líquidas zero até 2050, com objetivos de descarbonização intermédios até 2030, o que implica o que a energética apelida de "jornada transformacional". A Galp é, hoje, um dos principais produtores de energia solar fotovoltaica na Península Ibérica, tendo-se comprometido a atribuir metade do seu capex líquido de 2021-2025 a projetos relacionados com a transição para um modelo energético de baixo carbono, incluindo 30% em energias renováveis e 5% em novos negócios.
"O nosso plano de reformular o nosso portfólio já está em curso, com a Galp a acelerar a integração de soluções energéticas de baixa ou nenhuma presença de carbono nos nossos negócios". Para o responsável, o apoio do BEI é fundamental, sobretudo no sentido de "aumentar o ritmo de desenvolvimento" dos projetos.
Maior fatia vai para parque de energia solar
Do pacote dos três acordos com o Banco Europeu de Investimento, a maior fatia, de 325 milhões de euros, consiste num empréstimo com o objetivo de financiar a construção de um grande número de parques de energia solar em Espanha, desenvolvidas pela Galp e cuja construção deverá começar nos próximos três anos.
O portfólio inclui parques de energia solar fotovoltaicas de grande escala com uma capacidade total de cerca de 2 GWp, equivalente ao consumo anual de energia de 866.400 lares. A energética comunicou ainda que um montante adicional de 325 milhões de euros poderá ser assinado sob o formato de ‘Project Finance’ numa fase posterior, o que significa que o financiamento global do BEI para este projeto poderá ascender a 650 milhões.
O segundo acordo entre as duas entidades prevê a entrega de 40 milhões de euros, que serão aplicados no financiamento do projeto fotovoltaico da Galp, o qual consiste em parques de energia solar fotovoltaicas com uma capacidade de 144 MWp na região do Algarve.
O último acordo versa o setor rodoviário e será aplicado na promoção do projeto de mobilidade elétrica da Galp, o qual consiste na instalação de pontos de carregamento de veículos elétricos em Espanha e Portugal. "O setor rodoviário é responsável por três quartos de todas as emissões dos transportes na União Europeia e não será possível atingir o objetivo da UE de neutralidade carbónica até 2050 sem uma mudança crucial para a mobilidade elétrica no sector rodoviário", diz a empresa.
"Espera-se também que o acordo contribua para o desenvolvimento do mercado de infraestruturas de carregamento de veículos elétricos, melhorando o desempenho tecnológico, reduzindo os custos iniciais de equipamento, e mobilizando investimentos nas indústrias de veículos elétricos, contribuindo assim para veículos mais eficientes e acessíveis".
Galp entra nas renováveis no Brasil
Na caminhada de cumprir as ambições de expansão nas energias renováveis, a Galp anunciou ainda um acordou a aquisição e desenvolvimento de projetos solares no Brasil. A operação centra-se em dois projetos solares em desenvolvimento nos estados da Bahia e do Rio Grande do Norte, com capacidades de 282 MWp e 312 MWp.
"Com estas transações, a Galp ganha acesso a ativos de elevada qualidade num país onde a empresa está presente há mais de 20 anos e que se encontra entre os 10 principais países no mundo com maior procura de energia e com a ambição de duplicar a sua capacidade instalada atual de geração de energia solar e eólica para 40 GW em 2030", refere a empresa em comunicado enviado à imprensa.