A mudança para uma nova ideia de smart data tem vindo a acontecer nos últimos anos um pouco por todo o mundo empresarial. O conceito de big data dá agora lugar a um outro, que coloca inteligência na informação com a qual se trabalha, ajudando as organizações a melhorar e a aprimorar estratégias de marketing, assim como a abordagem ao mercado e, acima de tudo, a garantir previsões mais próximas daquilo que vai ser a procura futura do cliente.
Esta realidade materializa-se, hoje em dia, na implementação de soluções tecnológicas de última geração, na pesquisa minuciosa de mercado, na analítica avançada e no suporte em data science. A verdade é que, para tomar decisões mais rápidas e mais inteligentes, as organizações estão cada vez mais a adotar métodos analíticos sofisticados. Mas a transição acontece apenas nas organizações que estão já numa fase avançada da sua transformação digital e cuja análise avançada de dados começa a ser entendida como o próximo passo a dar.
Na realidade, falamos aqui de um conjunto de recursos tecnológicos e analíticos que permitem analisar informações e prever tendências, tratando desde os dados atuais até às perspetivas do negócio em si. Não serão estranhos conceitos como ciência dos dados, data mining, análise preditiva e análise descritiva.
Poder da análise preditiva
A transição atualmente em curso reflete, por isso, a necessidade de passar a decidir com base em dados históricos para estimativas de ocorrências futuras. Além dos "reports" e dos "dashboards" dinâmicos que apresentam a informação de negócio, informando os decisores sobre o que aconteceu ou está a acontecer, as organizações passam agora a socorrer-se também de diferentes técnicas de análise preditiva e de IA avançada para modelizar qualquer evento e obter estimativas futuras sobre este. No centro de toda esta mudança está uma necessidade premente de as organizações se tornarem menos reativas e mais proativas.
Ao assegurar análises preditivas, as empresas desenvolvem correlações entre fatores e resultados e geram informação suportada em cenários futuros. São ideias que ajudam, posteriormente, o gestor a ter uma maior precisão nas suas decisões. Na realidade, os benefícios surgem quando tais capacidades analíticas são integradas nos processos de negócio e utilizadas para fornecer continuamente inteligência ao negócio.
Da teoria à prática
O desenvolvimento e a aplicação prática de projetos analíticos podem ter em conta três áreas essenciais: combate à fraude, otimização da produção e suporte a novas estratégias de marketing.
Combate à fraude
Todos os dias, a fraude ou a ocorrência de atividades ilícitas implicam custos de milhões de euros em perdas e, consequentemente, em fundos não utilizados para o Estado, para a banca e seguradoras e para as empresas. Para o controlo e a prevenção, a PSE desenvolveu a solução Fraud Management que identifica padrões de fraude e risco e incorpora componentes de reporting, assegurando ainda a possibilidade de se realizar uma validação cruzada com outras fontes de dados que disponham de informação histórica, bem como com regras de negócio implementadas.
• Maximizar receitas de impostos;
• Gerir processos de conformidade legal;
• Detetar riscos de pagamento;
• Detetar fraude na participação de sinistros;
• Detetar fraude na prestação de cuidados de saúde;
• Detetar suspeitas de processos de lavagem de dinheiro;
• Detetar utilização fraudulenta de cartões de crédito;
• Reduzir o tempo para aprovação de crédito e de taxas de juro;
• Detetar utilização ilegal de determinados bens (energia, água, gás);
• Analisar potenciais riscos na utilização de comunicações fixas, móveis e dados;
• Analisar fraude associada a quebras no retalho;
• Otimizar a alocação de recursos de investigação de acordo com prioridades.
Otimização da produção
Qualquer negócio cuja atividade se exerça com base em equipamentos e linhas de produção deverá ter a capacidade de assegurar o equilíbrio entre a diminuição dos custos e a disponibilidade dos seus ativos. Este é um cenário que assume ainda maior relevância quando falamos de empresas industriais, empresas de transportes, prestadores de serviços de saúde ou entidades que gerem infraestruturas e redes de distribuição.
Até mesmo porque se é bem verdade que estas entidades dispõem já de sistemas de gestão de ativos e planos de manutenção que lhes garantem a máxima eficiência, não será menos verdade que a inclusão de processos inteligentes e de análise preditiva vai contribuir positivamente para:
• Mitigar intervenções de manutenção não programadas e, por conseguinte, minimizar os custos que lhe estão associados;
• Adotar uma atitude proativa para evitar paragens não previstas;
• Identificar e atuar atempadamente sobre as causas das falhas.
Suporte a novas estratégias de marketing
A atual tecnologia de telemóveis inteligentes associada a instrumentos de data science permite que a PSE desenvolva soluções com capacidade para estudar, em tempo real, a mobilidade dos portugueses. Torna-se, assim, possível saber onde estão as pessoas em cada momento, como se deslocam e para onde.
O serviço Painel PSE permite obter permanentemente informação sobre a mobilidade e a sua caracterização num concelho ou numa região, com informação sobre o perfil sociodemográfico das populações e a origem e o destino das deslocações.
Nesse sentido, a PSE recorre a uma representativa amostra que aceitou instalar uma app nos telemóveis, com capacidade para monitorizar, 24 horas por dia e 7 dias na semana, a posição geográfica, a velocidade média, o meio de transporte, a origem e o destino, entre outros dados.
• Estudo oficial para medir a audiência da publicidade exterior certificado pela CAEM;
• Identificação dos hábitos de mobilidade, já considerando a nova mobilidade pós-covid e os efeitos atuais do teletrabalho na mobilidade das grandes cidades;
• Monitorização e estudo dos hábitos de compra e de visita a zonas comerciais;
• Localização de novos estabelecimentos comerciais.