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"A forma como as empresas são avaliadas está a mudar"

As organizações já não são avaliadas apenas pelos seus lucros. O desempenho ESG ganhou importância.

06 de Fevereiro de 2024 às 11:19
Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B
Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B

Hoje, os indicadores ESG (Environmental, Social and Governance) ganharam um peso enorme na avaliação das empresas. As boas práticas de sustentabilidade são uma obrigatoriedade e as organizações têm de se adaptar a esta realidade se se quiserem distinguir e ter sucesso. A Informa D&B, com a sua enorme experiência, tem como objetivo auxiliar as empresas a fazer este caminho. Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B, explica nesta entrevista de que forma o estão fazer.

 

De que modo a informação sobre as práticas ESG vai influenciar as empresas?
O desempenho não financeiro tem vindo a ganhar cada vez mais destaque, seja pela crescente vontade por parte das entidades em adotar práticas sustentáveis e com isso avaliar o seu desempenho, ou pela pressão sobre as empresas para que apresentem este tipo de informação.

Os maiores investidores e empresas do mundo exigem este tipo de informação, é uma questão de tempo até que os pedidos de divulgação cheguem às atividades das empresas privadas e às suas cadeias de abastecimento e, como tal, também às pequenas e microempresas.

Neste contexto, a forma como as empresas são avaliadas está a mudar. Há cada vez mais agentes económicos a considerarem o risco climático no risco de investimento e com isso a avaliarem as empresas não só pelos seus lucros, mas também pela forma como estes são gerados.

O desempenho ESG, que compreende uma série de critérios que podem ser considerados para classificar a performance de uma empresa nas vertentes ambientais, sociais e de governance, surge assim como uma abordagem de avaliação das empresas.

Os benefícios vão além de evitar penalidades e riscos, tornando-se claro para muitos que o desempenho ESG impulsiona o crescimento do negócio.

Em que momento nos encontramos da evolução do reporte de dados ESG e da sua análise?
A evolução do reporte terá naturalmente um desenvolvimento na profundidade das análises. As empresas estão em fases muito diferentes no reporte ESG. Nos próximos anos, apenas uma ínfima parte destas empresas estará obrigada a publicar relatórios de sustentabilidade ao abrigo da regulação já publicada (não chegam a 2000 até 2026). Por exemplo, já este ano serão 65 as empresas obrigadas a reportar dados ESG relativamente ao desempenho de 2023 (cotadas, bancos e seguradoras com mais de 500 empregados e/ou outras designadas de interesse público pelos Estados-membros).

Outras empresas iniciaram esse caminho por exigências do próprio mercado (empresas exportadoras ou multinacionais ou PME no setor têxtil ou de calçado que não podem competir internacionalmente se não demonstrarem práticas de sustentabilidade na gestão da sua cadeia de valor, por exemplo) ou para resposta a pedidos de investidores ou credores.

A grande maioria ainda não ganhou consciência desta nova realidade. Nas que já reportam, existe ainda uma grande falta de consistência e de comparabilidade na informação disponível; algumas têm seguido padrões internacionais como o GRI ou o SASB, outras têm adotado abordagens próprias, levando em consideração as especificidades do seu mercado. 

Não há normalização dos dados reportados, o que dificulta a comparação e a análise das práticas e políticas das empresas.

"As empresas estão em fases muito diferentes no reporte ESG." Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B

Perante essa situação, como chegam à informação que permite definir critérios e indicadores?
O que verificámos é que, embora praticamente ainda não existam dados ESG com os requisitos regulatórios exigidos, porque os prazos legais ainda não foram ultrapassados, são já bastantes os dados disponíveis sobre comportamentos e práticas ambientais, sociais – tanto na relação com colaboradores como com a comunidade; e de governance.

Fizemos uma análise exaustiva à informação disponível e encontrámos duas realidades: por um lado, a realidade das empresas já sujeitas a um escrutínio ESG por obrigação legal ou por pressão dos mercados onde competem, que já publicam relatórios de sustentabilidade. Por outro, a realidade dos dados históricos já hoje disponíveis na nossa base de dados sobre todo o universo empresarial que revelam práticas de sustentabilidade de natureza ambiental, social ou de governance nas empresas, e que permitem construir indicadores, elaborar análises de evolução e comparativas por setor e dimensão, resultando numa classificação e num Score ESG para uma vasta quantidade de empresas, maioritariamente PME.

Qual é o objetivo da Informa D&B para este tema?
O nosso grande objetivo, a médio prazo, será o de criar para cada entidade uma visão integrada de sustentabilidade, reunindo indicadores económicos, sociais, ambientais e de governance.

Estamos a fazer uso de toda a experiência de gestão de dados que temos para recolher e estruturar toda a informação relacionada com ESG que vier a ser criada, publicada ou disponibilizada. Integramos essa informação na nossa base de dados, podendo fazer uma análise integrada, abrangente e inteligente da mesma, desenvolvendo indicadores de análise e de desempenho sobre todas as empresas portuguesas. Posteriormente, será possível fazer análises históricas, avaliando de forma sistemática a evolução que as empresas estão a ter nestas matérias.

"O nosso grande objetivo, a médio prazo, será o de criar para cada entidade uma visão integrada de sustentabilidade, reunindo indicadores económicos, sociais, ambientais e de governance." Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B

Qual o contributo da Informa D&B na avaliação das práticas ESG das empresas?
A Informa D&B surge neste novo território do ESG de forma natural. É um território em que trabalhamos na continuidade do que fazemos há mais de 118 anos, como especialistas no conhecimento do tecido empresarial.

O que fazemos nesta área é exatamente o que fazemos desde sempre: identificamos e validamos todas as fontes de dados ESG já disponíveis para os podermos recolher, analisar e estruturar. Desta forma, produzimos informação rigorosa, atualizada e transparente, que permita um escrutínio contínuo destes indicadores e desempenhos.

Esta identificação e validação de informação é o que nos permite produzir algo a que possamos chamar conhecimento e é o que fazemos na Informa D&B:

Identificar e verificar todas as fontes de informação (públicas ou privadas) sobre as empresas e o tecido de organizações em geral – fontes de informação comercial, informação sobre atos das sociedades, comportamentos de pagamentos, informação económica e financeira, informação judicial, informação proveniente dos sítios das próprias empresas, e não só.

Validar/"Acreditar" a fonte e recolher toda a informação disponível. Carregar, tratar, normalizar e estruturar os dados, de forma a permitir a produção de relatórios, análises, conteúdos, estudos e desenvolvimento de indicadores preditivos, tanto a nível de uma empresa, como de um conjunto de empresas, um setor, uma região…

Esta informação já merece o nome de conhecimento, permitindo apoiar a tomada de decisões de negócios de diversas naturezas pelos vários agentes económicos.

"O que fazemos nesta área é exatamente o que fazemos desde sempre: identificamos e validamos todas as fontes de dados ESG já disponíveis para os podermos recolher, analisar e estruturar. Desta forma, produzimos informação rigorosa, atualizada e transparente, que permita um escrutínio contínuo destes indicadores e desempenhos." Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B

Que tipo de conhecimento já conseguem produzir com esta informação e como chegaram ao Score ESG?
A Informa D&B está a recolher os relatórios de sustentabilidade que vão ficando disponíveis, de modo a criar uma estrutura organizada de dados com toda a informação relevante reportados pelas empresas. Naturalmente, estes dados irão ficar agregados aos dados históricos já existentes sobre estas empresas e a sua análise combinada poderá dar origem a mais conhecimento e a novos indicadores.

A nossa estratégia para enriquecer o panorama de dados e indicadores sobre matérias de E, S ou G passou também por identificar na nossa base de dados nacional informação histórica, ou seja, todos os conteúdos disponíveis que podiam ser relevantes para classificar as empresas nestas três matérias.

Com esta informação, desenhámos um modelo com três grandes categorias (E+S+G); oito subcategorias; e criámos 56 indicadores. A seguir, desenvolvemos um Score ESG para classificar as PME e a criação de um relatório de indicadores ESG para avaliar empresas individualmente.

Neste momento, temos já em execução um produto, a análise ESG à carteira de fornecedores, que permite avaliar a cadeia de valor das empresas.

Ao abrigo da nossa parceria exclusiva com a Dun & Bradstreet, temos as soluções ESG internacionais para todas as empresas que têm relações comerciais também com empresas estrangeiras: a solução D&B Risk Analytics e o D&B ESG Ranking.

"Neste momento, temos já em execução um produto, a análise ESG à carteira de fornecedores, que permite avaliar a cadeia de valor das empresas." Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B