A balbúrdia parlamentar
A 'silly season' às vezes flutua no tempo e na intensidade, mas chega sempre. E se a comunicação social costuma ser o espelho do fenómeno, este ano o parlamento está a querer fazer-lhe concorrência.
A 'silly season' às vezes flutua no tempo e na intensidade, mas chega sempre. E se a comunicação social costuma ser o espelho do fenómeno, este ano o parlamento está a querer fazer-lhe concorrência.
A via alternativa até pode funcionar em casos específicos, mas acaba sempre por pagar-se no médio prazo.
Na política, como na vida, (quase) nada é de graça. E com os números, esses cruéis seres matemáticos, para irem para algum lado têm de sair de outro. Toda esta conversa das cativações, que sempre existiram e existirão, resume-se, em última análise, a uma questão de escolhas.
As últimas semanas foram um rude e traumático despertar para o país. Cansados de tanta dificuldade, tanto sacrifício e tanta pancada, os portugueses entregaram-se ao entusiasmo como merecida recompensa. Depois veio a realidade.
O tempo esfriou subitamente no início do ano, no quente e expansionista clima empresarial e chinês. Aquilo que seria, há uns anos, um evento local é agora um sinal de alerta em vários mercados, entre eles o português.
A Uber não é uma empresa como as outras. Já se tinha percebido, pelo seu rápido sucesso e crescimento, mas também pelos seus "mandamentos", que são ensinados aos funcionários e que não primam exactamente pela candura ("pisar calos" é um exemplo).
Jyrki Katainen é um estrangeiro que gosta de Portugal, mais um. Este finlandês não é um turista qualquer, a apanhar escaldões na torreira do Junho português, é um dos vice-presidentes da Comissão Europeia, e o responsável por partes fundamentais como o emprego, o crescimento e o investimento.
Depois da extraordinária expressão "inverdade" ter reinado durante alguns anos, agora é a vergonha, ou a ausência desta, o florete do debate político. No meio disto há uma empresa, a TAP, que está a servir de campo de batalha numa luta de galos na qual nenhum tem legitimidade para levantar muito a crista.