Os perigos da negação demográfica
O primeiro passo para resolver qualquer problema é reconhecê-lo. Muito do que se diz actualmente sobre o dividendo demográfico é um exercício perigoso de negação. É tempo de encarar a realidade.
O primeiro passo para resolver qualquer problema é reconhecê-lo. Muito do que se diz actualmente sobre o dividendo demográfico é um exercício perigoso de negação. É tempo de encarar a realidade.
Se a China tivesse adoptado de forma mais abrangente as recomendações de políticas implícitas no Consenso de Washington nos últimos dez ou 20 anos, o seu crescimento económico teria sido consideravelmente mais lento.
A tendência psicológica para esperar um regresso à "normalidade" continuará forte. Mas os condutores do desempenho económico pós-crise são tão profundos que não é provável um regresso à normalidade em breve.
A actual recuperação do crescimento pode acabar. A esperada expansão orçamental de Trump pode decepcionar, com investimentos mínimos em infra-estruturas e estímulos apenas na sua forma mais ineficiente – redução dos impostos para os mais ricos.
Seria errado ignorar os perigos da presidência de Trump, e a incerteza sobre o que fará já tornou o mundo num lugar mais arriscado.
É agora certo que, dentro de 20 anos, muitos países poderiam obter a maior parte da sua electricidade de fontes renováveis a um preço facilmente acessível.
Na qualidade de europeu entusiasta, fiquei horrorizado com o resultado do referendo britânico à permanência na União Europeia, que quase de certeza nos fará sair da UE. Durante muitos anos receei que a imigração em larga escala para o Reino Unido levasse a uma penalizadora resposta populista.
Em todo o mundo, são necessárias políticas radicalmente diferentes para permitir que as economias cresçam sem a criação de dívida privada excessiva que ocorreu antes de 2008.