Nem sempre mudar significa tomar a decisão certa, embora por vezes o seja apenas por uma vontade de fazer qualquer coisa diferente. Por vezes até nos fartamos de estar bem, esquecemo-nos de dar valor às rotinas e às nossas conquistas individuais, organizacionais ou, até, nacionais.
Nas últimas décadas vimos muitas empresas saírem das bolsas (“going dark”), desta forma reduzindo o leque de potenciais investimentos para muitos de nós. É pena que assim seja. Também assistimos à prática de empresas cotadas abandonarem a velha regra do “one share one vote”, discriminando direitos de voto.
Sou capaz de tolerar e funcionar em teletrabalho. Mas não quero experimentar teleférias. Não quero telessentir o vento na cara, nem telessentir o sal no cabelo nem telessentir o sol a aquecer a pele.
Surpreende que se quebrem cumplicidades e alianças que resultam de séculos de confiança, apoio e respeito mútuo. Explicar e dialogar melhor parecem boas estratégias. Com transparência.
Quem tem o horizonte temporal mais longo? O trabalho ou o capital? Provavelmente, o capital. Mas acho que devemos, individual e coletivamente, pensar melhor neste assunto. Porque há quem não consiga sequer comparar por falta de qualquer horizonte.
É possível que o próximo passo seja pensar em sentido inverso: mais uma árvore plantada poderá compensar menos uma mulher num board? E por aí fora... O mundo ESG analisado assim, talvez não seja tão fabuloso quanto isso...
As economias têm conseguido continuar a funcionar no que diz respeito ao abastecimento de bens essenciais e de bens digitais (até alguma cultura, felizmente). É melhor do que nada. Tudo o resto continua a depender das expectativas de “data de fim de pandemia”.
Nos dias que correm, uma organização “existe” se é reconhecida. Uma empresa (ou uma faculdade) deve saber o que é, o que quer ser e fazer por isso. E para além deste “storyliving” tem de saber comunicar esta sua identidade (“storytelling”). E, para mim, essa história tem de ser verdade.