A contratação de enfermeiros com uma remuneração bruta de 3,96 euros por hora é paradigmática da ofensiva do Governo contra os salários dos trabalhadores portugueses.
O que era visível desde Março é agora definitivo e não escamoteável: a meta do défice orçamental de 4,5% foi ao ar. Diz o ministro das Finanças que aumentaram os riscos e incertezas quanto ao cumprimento desse objectivo. Não há riscos, há certezas.
Dizem que Berlim, Bruxelas, Paris, Frankfurt , que pressionaram e chantagearam o povo grego para votar no partido do Eurogrupo, respiraram de alívio com os resultados das eleições gregas. Não se percebe porquê nem por quanto tempo.
O ministro sombra António Borges deu o pontapé de saída: "a diminuição dos salários é uma urgência". E, como qualquer urgência, não pode esperar. Tem de ser já e em força.
Um espectro paira sobre os dirigentes políticos europeus: o resultado da 2.ª volta das eleições na Grécia, em Junho.
As afirmações de Passos Coelho sobre desemprego e desempregados são estultas, demonstram insensibilidade perante os dramas do desemprego, ofendem um milhão de desempregados.
Os resultados eleitorais, em França e na Grécia, devem implicar alterações na política europeia.
A posição assumida pela "Associação 25 de Abril" serviu de pretexto para que alguns comentadores e políticos viessem a terreiro afirmar que o "25 de Abril" se esgota na democracia política e nas liberdades individuais.