Debaixo do vulcão latino-americano
Os dados económicos da América Latina em 2021 que foram divulgados até agora só são bons no sentido em que não são tão maus como em 2020, quando o PIB caiu 7%.
Os dados económicos da América Latina em 2021 que foram divulgados até agora só são bons no sentido em que não são tão maus como em 2020, quando o PIB caiu 7%.
A ideia de que as criptomoedas são apenas uma inocente reserva de valor é espantosamente ingénua. É certo que os seus custos de transação podem ser suficientemente significativos para travar o comércio a retalho mais comum, mas, quem pretenda evitar exigentes controlos de capital (na China ou Argentina, por exemplo), branquear ganhos ilícitos (talvez do tráfico de droga) ou fugir às sanções financeiras dos EUA (sobre países, empresas, pessoas, ou grupos terroristas), as criptomoedas ainda se afiguram como uma opção ideal.
As economias avançadas devem não só pagar as vacinas aos países pobres mas também providenciar subsídios generosos e apoio técnico à sua distribuição. Por muitas razões, nomeadamente o facto de que haverá outra pandemia, esta é uma solução mais eficaz do que retirar os direitos de propriedade intelectual às empresas que produzem as vacinas.
Hoje, parece uma verdade absoluta entre as autoridades dos EUA e muitos economistas que o apetite mundial por dívidas em dólares é virtualmente insaciável. Mas uma modernização do sistema cambial da China pode desferir um golpe doloroso ao estatuto do dólar.
Um retrocesso da globalização poderá ter um grande impacto na inflação. Muitas economias do ocidente receiam que a China "coma o nosso almoço", tal como advertiu recentemente o presidente norte-americano, Joe Biden, ao apelar ao tão necessário aumento dos investimentos em infraestruturas nos EUA. Talvez, mas os ocidentais têm de reconhecer que, no que toca à indústria global, a China é quem está a fazer o almoço e a refeição iria sair-nos muito mais cara se assim não fosse.
Os decisores políticos, mesmo nos Estados Unidos, terão que permitir que as falências aumentem e a reestruturação aconteça. Uma crescente maré de recuperação é inevitável, mas não levantará todo o mundo.
A meta de atingir emissões zero de CO2 até 2050, que a UE adotou e os EUA deverão adotar em breve, é louvável. Mas o ambientalismo egoísta não é forma de resolver um problema global.
Depois da crise financeira de 2008, os macroeconomistas em geral também viam como particularmente imperiosos os gastos em infraestruturas, e a experiência desse momento recomenda que se use agora de prudência no que toca a assumir um significativo impulso ao crescimento de longo prazo.