Prò ano é que é

16.10.2013

Queriam um Orçamento de corte de despesa do Estado? Ei-lo. Só veio tarde. E por vir tarde, é mais injusto. Porque não é uma alternativa aos impostos, é um cúmulo. O cúmulo da austeridade: os portugueses estão entre a estalactite dos impostos e a estalagmite dos cortes.

O maravilhoso novo ciclo

15.10.2013

O Governo enunciou um novo ciclo e criou a expectativa de menos austeridade. Mas quando abrirem o Orçamento do Estado, os portugueses terão a sensação de Álvaro de Campos na "Tabacaria": "Fui até ao campo com grandes propósitos. Mas lá encontrei só ervas e árvores, E quando havia gente era igual à outra." A austeridade é igual à outra. Ou pior.

A questão angolana

09.10.2013

Passaram seis tristes dias e Rui Machete não se demitiu. Não pediu desculpa. Nem percebeu o mal que fez ao País, ao Governo e às relações entre Angola e Portugal. Mas Machete, inimputável e incompetente, é apenas um rolamento na roda de trás do rolo compressor que é o maior tabu da economia portuguesa: Angola.

PT trocou 100% de 10 por 10% de 100

03.10.2013

A Oi vai engolir a PT, que vai mandar na Oi. Portugal perde o controlo da sua Telecom, que ganha escala atlântica. E tudo acontece como Zeinal e o BES quiseram. Mas esta fusão só correrá bem se nenhuma das partes quiser enganar a outra. Nesta Oi, os brasileiros são o maiúsculo e gordo O e os portugueses o minúsculo e ágil i.

Um Coelho sem cartola

01.10.2013

A noite não tem horas suficientes para todos os pesadelos de Pedro Passos Coelho. Não é verdade que o primeiro-ministro seja um homem só, ele está rodeado de muitas pessoas - quase todas contra si. Quem vai assinar por baixo o Orçamento do Estado?

A cidade nação

30.09.2013

A abstenção é indiferença, o voto em branco é protesto. Mas quando os três partidos da governação perdem quase meio milhão de votos, é a esperança na alternativa que supera a desilusão da alternância. Essa é a leitura maior destas autárquicas: o regime expressa-se por uma mudança dentro do sistema. E nenhuma vitória foi nisso mais extraordinária que a de Rui Moreira.

Os inadaptados

27.09.2013

O Código do Trabalho fora encerado e estava encerrado. Tinha dois grandes objectivos: descer os custos do trabalho e flexibilizar o despedimento. O Tribunal Constitucional validou o primeiro objectivo. Chumbou o segundo. Paradoxalmente, o FMI estará feliz. Os patrões, nem por isso.

Perdão?

24.09.2013

João César das Neves tem razão: quem pede perdões de dívida sabe o que diz mas não sabe o que faz. João César das Neves não tem razão: há mil maneiras de não pagar uma dívida por inteiro e Portugal há-de beneficiar de uma delas.

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