Os bancos centrais e o ruído
A guerra comercial domina agora os títulos das notícias dos comentários de mercados, mas continuam a ser os bancos centrais a determinar o rumo das acções (e outros activos, como as moedas e obrigações).
A guerra comercial domina agora os títulos das notícias dos comentários de mercados, mas continuam a ser os bancos centrais a determinar o rumo das acções (e outros activos, como as moedas e obrigações).
A OPV da Raize é só uma gota de água na necessidade de dinamização da bolsa portuguesa.
Os dados do Eurostat mostram que o nível de poupança dos portugueses é metade do registado na Europa (onde as taxas de juro dos bancos também estão perto de zero). E um estudo do BBVA indica que os portugueses estão mais preocupados em poupar para viagens do que para a reforma.
É pena que quase ninguém tenha percebido isso. A começar pelo Estado, que não se pode congratular por a dívida pública baixar meia dúzia de pontos percentuais numa altura em que o rácio continua a ser dos mais elevados do mundo e o crescimento económico é o mais forte da década
Os muros que se continuam a construir entre os grandes e os pequenos investidores só contribuem para afastar os já poucos que ainda olham para a bolsa portuguesa. Que já é bem menos interessante do que há 20 anos.
De surpresa em surpresa, de problema em problema, têm sido quase sempre os contribuintes a pagar a factura da banca portuguesa. Reguladores, banqueiros, governantes e gestores ficaram estupefactos com os eventos do passado e até a troika já faz mea culpa por ter subestimado os problemas da banca portuguesa.
A vida está difícil para os bancos. Para os seus trabalhadores, accionistas e gestores. É neste contexto que o Banco de Portugal está no terreno com mais uma fase de venda do Novo Banco.
Como se pode dar credibilidade aos recados vindos de Washington se nem o FMI é coerente quanto ao rumo de Portugal.