Ao proporcionarem segurança a trabalhadores e empresas, os governos fizeram o seu trabalho até agora. Mas este foi apenas o primeiro passo. É imperativo que mantenham o apoio económico durante o tempo que for necessário e que tomem novas medidas para conter danos duradouros.
As nossas sociedades precisam de um debate aberto e com base em factos sobre as opções que temos pela frente e os princípios que devem orientar a tomada de decisão. No entanto, não é certo que o consigam realizar agora. A batalha entre uma nova filosofia política e um novo pretexto para o populismo definirá o nosso futuro.
Não se deve ignorar a magnitude dos obstáculos que existem pelo caminho nem supor que alguma nova escola de "economia vodu" vai resolver os dilemas que se apresentam. Só reconhecendo a importância do desafio é que aumentaremos as nossas hipóteses de sucesso.
Gerir a economia será um ato de equilíbrio muito difícil. Como diz o ditado chinês, os decisores políticos vão ter de atravessar o rio tateando as pedras.
Acima de tudo, a lição a tirar do êxito económico aparente de Trump não é a de que a imprudência e o nacionalismo económico devem guiar as políticas. É que, num contexto de baixa inflação e de taxas de juro baixas, há mais margem de manobra do que se pensava para avançar com políticas expansionistas; que este contexto exige políticas audazes, em vez da timidez habitual; e que as políticas podem fomentar a inclusão económica.
A transição para a neutralidade carbónica destruirá riqueza, causará perda de empregos em setores com uso intensivo de energia e exigirá mudanças no estilo de vida. Só terá apoio suficiente para superar a oposição se gerar dinamismo económico.
Assumindo que o Brexit se concretiza, é provável que os futuros historiadores se lembrem de 2020 como o ano em que uma Europa enfraquecida e vulnerável optou por se tornar mais fraca e vulnerável. Agora, a tarefa dos seus líderes é evitar que as coisas se tornem ainda piores.
Um imposto sobre o património não é uma panaceia, nem sequer a resposta ideal para a crescente desigualdade. Mas, à falta de uma proposta melhor, pode servir como alternativa razoável.