O novo anti-capitalismo
A crise financeira foi, por si só, suficiente para lançar as sementes do sentimento anticapitalista. Mas também coincidiu com uma transformação tecnológica e social muito mais ampla.
A crise financeira foi, por si só, suficiente para lançar as sementes do sentimento anticapitalista. Mas também coincidiu com uma transformação tecnológica e social muito mais ampla.
Como os ‘Brexiteers’ mais perspicazes compreenderão, recriar uma sociedade moderna do zero é como desenvolver um programa de processamento de texto próprio quando se podia usar o Microsoft Word.
Aqueles que querem restaurar a política convencional e as velhas regras encontram-se numa posição pouco invejável. Embora não desejem o fim da prosperidade, é essa imagem que passam quando colocados ao lado dos populistas. Ninguém quer votar em Cassandra quando Pollyanna está no boletim. Quando os avisos de Cassandra se confirmam, é sempre tarde demais.
A tecnologia está a reavivar o sonho do século XX de um sistema monetário global livre das alterações provocadas pelo nacionalismo económico.
As eleições para o Parlamento Europeu mudaram a paisagem política do continente de formas importantes, com os partidos tradicionais forçados a reagruparem-se ou a serem substituídos. Vale a pena esperar pelos próximos episódios.
Se os historiadores vão participar em debates políticos de alto risco, devem fornecer um contexto mais amplo para se compreenderem as questões. Quando avançam narrativas simples que implicam prescrições políticas específicas, são ainda mais perigosos do que os cientistas sociais.
A crise financeira global confrontou a Europa com o desafio de construir um sistema financeiro mais estável. Mas isso não será suficiente para criar uma forma duradoura de globalização.
Os debates em Westminster e Whitehall não dão sinais de alguma vez ter fim, e está a tornar-se cada vez mais óbvio o porquê: o Brexit é uma condenação eterna.