Até é possível o PS ganhar as eleições, diria que provável, afinal os portugueses são sofridos e agradecidos pelas migalhas, apesar dos salários serem metade do dos europeus e em queda relativa. A culpa das listas de espera, da falta de médicos, de professores, juízes, polícias, é do diabo, certamente. Que afinal veio. Deve ser culpa de Passos, Cavaco ou Sá Carneiro. Obviamente.
Um próximo Governo deveria deixar a economia a reguladores fortes e aos tribunais. E preocupar-se, e muito, com a sua organização interna que atrapalha os cidadãos e contribuintes.
Para tirar a uns e dar a outros, numa redistribuição controlada com ou sem condição de recursos, não é necessária competência. É ter compaixão pelo nosso próximo que sofre, um dos mais nobres sentimentos. Não é socialismo, não é cristianismo, é sermos humanos. Mas sejamos claros, isso não tira ninguém da pobreza.
Sem querer ser injusto, não se encontra uma ideia, uma reforma, algo que nos lembremos e que tenha contado para o desenvolvimento económico e social do país.
E é o que o mundo político irá fazer até ao final do ano, especular sobre cenários, líderes e treinadores, datas, eleições, equipas. Vamos andar bastante entretidos, sem falarmos das urgências fechadas, dos alunos sem professores, do exército sem armas, dos funcionários desmoralizados e incompetência sem fim.
Em Portugal não há muros, mas há ideário e franjas de produção socialista, não monopolista, na saúde e na educação. A educação é gratuita, mas consome cada vez mais recursos, com mais professores, menos alunos, piores condições de higiene e segurança e menor fiabilidade de aulas cumpridas.
É impossível parar de combater as alterações climáticas. Esverdear a economia tem sido dos melhores negócios do capitalismo. Há tanto dinheiro a ganhar… “Follow the money, not the bastards.”
Afinal este Governo tem uma base forte em narrativas e malabarismos. Vide o buraco na TAP, essencial, "as nossas caravelas", já a caminho da privatização.