Comemorações e revisões
O 25 de Novembro não alterou as consequências do 11 de Março e das nacionalizações das maiores e mais eficientes empresas portuguesas – e que hoje já não estão nacionalizadas, mas também já não são portuguesas.
O 25 de Novembro não alterou as consequências do 11 de Março e das nacionalizações das maiores e mais eficientes empresas portuguesas – e que hoje já não estão nacionalizadas, mas também já não são portuguesas.
A função e responsabilidade da política é tornar clara esta distinção entre mudar a bem e mudar a mal. E se o Presidente da República não governa, é ele quem deve esclarecer a diferença entre mudar a bem e mudar a mal.
É natural que quem queira a vida boa seja atraído pelas organizações que dão acesso às oportunidades para onde se dirigem as verbas orçamentais.
Ou os portugueses se adaptam à mudança e vencem, ou se resignam e submetem-se aos que vencem.
É verdade que nos habituamos a quase tudo, mas continuamos a resistir, por inércia, por resignação ou por desinteresse, em aceitar e assumir os critérios de rigor e de capacidade que são necessários para iniciar e concluir reformas estruturais, que se tornaram inevitáveis por obsolescência das práticas e hábitos estabelecidos a que nos habituamos.
Foi o recurso à denegação que dispensou o PS de fazer a análise crítica das responsabilidades pela necessidade de recorrer ao auxílio externo. Sem essa análise crítica, já se voltou aos procedimentos tradicionais de acumulação de desequilíbrios na economia, que continua encalhada nas areias da estagnação e na incapacidade para apresentar uma estratégia mobilizadora de modernização da economia.
Não só o eleitorado muda o seu voto em função da avaliação que faz do que foi a maioria absoluta em que votou, mas que depois quer rejeitar, como a composição do sistema partidário se tem mostrado suficientemente flexível para incorporar novos partidos e também novas posições dos partidos já estabelecidos.
A conflitualidade institucional tem funcionado como um dispositivo de protecção dos partidos no regime democrático pluralista, o pluralismo partidário e o confronto de protagonistas com legitimidade eleitoral própria criam as tensões que evitam a estagnação.