O país entrou num círculo vicioso e trágico. Metade dos eleitores terão mais de 50 anos de idade. E as propostas políticas dirigem-se para estes grupos mais conservadores e para os seus interesses imediatos. Não se apresentam medidas de crescimento. E objetivos desafiantes.
Não se conhecem políticas públicas de suporte a este sucesso. Mas os governos sempre gostam de fazer a festa e apanhar os foguetes. Mesmo quando lançados por outros.
A subjetiva estabilidade colocada acima do valor da democracia. Viola-se o respeito que o povo merece. Porque politicamente a Constituição é o povo. E o povo politicamente está na Constituição.
Não faz sentido aprovar um orçamento ideologicamente marcado sem esperar novas eleições. E para a aprovação de qualquer medida urgente, o PR deveria exigir uma maioria qualificada.
A classe média exige políticas de desenvolvimento. Aspiracionais. Para os mais habilitados. Para os mais ousados. Para os empreendedores livres e independentes.
Os defensores proclamam sempre o apoio aos mais desfavorecidos. Com tal intensidade que por vezes o orçamento parece preparado na Paróquia pela Conferência de São Vicente de Paulo.
As projeções nunca levam em conta os efeitos dinâmicos futuros. As inovações. Os desenvolvimentos tecnológicos. E todos os novos progressos que surgirão nas próximas décadas. Ninguém faz a mínima ideia dos avanços vindoiros. Nem a ciência os pode adivinhar.
Se quiser garantir os encargos futuros da família, opta-se por taxa de juro fixa, anulando-se risco. E isto tem valor social. E transfere o risco de gestão das taxas de juro para os bancos. E isto tem valor económico.