O desafio da sustentabilidade é eminentemente global. Por conseguinte, muito embora a UE se empenhe na liderança da neutralidade carbónica e transformação da economia e sociedade, é necessário o compromisso dos restantes continentes, com destaque para os maiores contribuintes: América do Norte e Ásia.
As crises financeiras continuarão a acontecer, sendo intrínsecas à natureza humana de busca do melhor rendimento possível dentro do quadro de possibilidades existentes. Porém, a intensidade e severidade encontram-se constrangidas pela ação das autoridades de supervisão europeias na última década.
Nas últimas décadas, o mundo mudou significativamente e a visão ocidental tem sido crescentemente confrontada pelo surgimento de novos candidatos a potência, que não se reveem no modelo de domínio ocidental.
Não é detentor de moeda de pagamentos internacionais o país que quer, mas o que oferece as condições necessárias. É possível que o renminbi, no futuro, destrone o dólar. Contudo, para esta realidade se materializar são necessárias várias condições por cumprir.
No início de 2023, os temas dominantes e as perspetivas são relativamente consensuais: desaceleração da inflação e risco de recessão nas economias desenvolvidas, em parte resultado da normalização da política monetária. Portanto, antecipa-se a interrupção do ciclo de subida de taxas diretoras pelas autoridades monetárias até final deste ano.
As taxas de inflação nas economias desenvolvidas atingem valores inéditos em trinta anos, arrastando as autoridades monetárias para um esforço hercúleo de normalização de taxas de juro, após mais de uma década de níveis anormalmente baixos, inclusivamente negativos em algumas geografias.
Na sequência do infortúnio da FTX, o presidente da plataforma de transações líder de mercado, Binance, foi célere em solicitar supervisão para estas entidades. A validação do regulador facilitará a restauração da confiança de utilizadores e investidores.
Os mecanismos de controlo de risco impostos aos bancos funcionam, mas tal não significa que o mercado financeiro seja menos arriscado nem que as autoridades não tenham de intervir (gastando dinheiro) para restaurar a estabilidade financeira.