Nunca seria uma situação fácil, esta. Nunca, e é preciso reconhecê-lo. Mas parece que não estamos a fazer tudo o que podíamos para a minorar: primeiro negando, depois desvalorizando, depois desdenhando e, enfim reagindo tarde e a más horas.
Se o mundo já tinha mudado com as eleições, agora mudou de vez e não para melhor. Seria positivo que o estado de espírito do primeiro-ministro se adaptasse rapidamente ao novo mundo em que se encontra e ao enorme desafio que aí vem – e que não pode ser minimizado.
Ninguém pode garantir que não há corrupção nem favorecimento nem cunhas nem envelopes nas instituições do Estado. Só ditaduras garantem coisas dessas.
Ao reconhecer a existência de racismo estamos a dar e a dizer o melhor de nós: só em países não racistas se consegue identificar e punir o racismo.
A eutanásia é um procedimento através do qual alguém pede para ser morto: não é para recusar tratamentos, não é para desligar a máquina - é para que lhe seja ministrado algo que a mate.
E o resultado deste debate, para além da perda de tempo já que no fim do congresso ninguém mudou as suas posições sobre coisa nenhuma, é quase sempre o mesmo: sem líder incontestado, ganha o idealista.
Os partidos da esquerda estão dispostos a acordos, já aprenderam a entender-se nas diferenças. E o eleitorado de esquerda já sabe que pode votar nesses partidos e, ainda assim, contribuir para a formação de maiorias de governo.
Não se trata de dizer que o PIB é o critério mágico e único para definir o sucesso de uma sociedade. Trata-se apenas de evidenciar que um qualquer modelo de políticas sociais carece de uma economia que o consiga sustentar.