Os apoios às empresas, vocacionados para a suspensão da sua actividade, estão adaptados a esta nova fase de retoma parcial, ou justifica-se fazer ajustes? Podem as empresas recomeçar quando os apoios nem sequer chegaram?
Falo muito de setor privado? Sim. Sem o setor privado, o Estado definha, os investidores desaparecem, a dívida aumenta e o resgate aparece. A opção de nacionalização da economia é um atentado ao futuro.
Ou virámos todos de esquerda, concordando com o modelo socialista de desenvolvimento, o mesmo que nos levou ao último resgate, ou então há qualquer coisa que está a faltar ao mais importante debate do momento.
Um Estado ou autoridade ou político que nos pergunte se queremos a Liberdade ou a Vida, não quer outra coisa que não ficar com ambas: com a nossa Liberdade, fica na posse da nossa Vida.
Essas interpretações do terramoto pouco diferem dessas teses que aí abundam sobre o mundo pós-covid, substituindo-se a dimensão religiosa por uma laica. E provavelmente terão o mesmo destino.
Não pode dizer-se que a crise que aí vem, motivada por uma paragem da economia, é sinónimo de fracasso do capitalismo ou liberalismo, quando essa paragem é exterior ao sistema, foi decidida pelo Estado, por mais acertada que seja a decisão.
Os populistas são óptimos a reagir a ameaças imaginadas, ameaças que têm o seu poder de fascínio quando a vida das pessoas corre com alguma normalidade, aparecendo como algo que as motiva e faz sentir parte de algo, ao estilo de fazer a América de novo grande.
Estando perante uma crise global, não é crível que não se aprove, preferencialmente via BCE, um mecanismo de ajuda externa. Se for esse o caso, este deve abster-se de grandes condicionalidades, já que a pandemia em nada teve que ver com circunstâncias nossas.