Os mais poderosos de 2013 Os mais poderosos de 2013

# Os maispoderosos de 2013 # Carlos Alexandre foi o 48.º mais poderoso da economia em 2013
Carlos Alexandre, juiz do Tribunal Central de Investigação Criminal, foi o 48.º mais poderoso da economia em 2013.
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Porque entra


Não há grande processo, de criminalidade económica e financeira, que não lhe passe pelas mãos. Já mandou fazer escutas a grandes nomes do poder económico e até da política, por suas mãos houve gente com poder que foi parar à prisão, como Duarte Lima ou Isaltino Morais. Como magistrado responsável do Tribunal Central de Instrução Criminal, trabalha a par e passo com o DCIAP e o seu nome ficará associado a casos como a Operação Furacão, o Portucale, Monte Branco, Face Oculta, Remédio Santo, investigações às PPP ou a privatização da EDP e da REN.

 


Ascensão


Carlos Alexandre, 51 anos

- Nasceu em Mação, filho de um carteiro e de uma operária fabril. Estudou na Telescola e nas férias ajudou o pai nas obras.
- Católico, sportinguista, fez o curso na Faculdade de Direito de Lisboa, onde se cruzou com os socialistas António Costa e Eduardo Cabrita.
- Passou pela Polícia Judiciária Militar, pelas varas mistas de Sintra, entre outros cargos na magistratura.
- Em 2004, entrou no Ticão como juiz auxiliar, era titular a juíza Fátima Mata-Mouros. Dois anos depois passou a responsável máximo do tribunal.

 

 

 

Futuro sob o Signo Chinês: Cavalo


Yang (positivo):
Rápido e talentoso. Gosta muito do lado social e aproveita-se bem do seu talento no trabalho. Agrada-lhe o sucesso.
Yin (negativo):
Não gosta de ser limitado por pessoas, regras ou regulamentos. Ávido de segredos. Pouco discreto.


"A coragem significa um forte desejo de viver sob a forma de disposição para morrer", escreveu G. K. Chesterton em "Ortodoxia", livro muito lido por católicos. Carlos Alexandre é um devoto, participa sempre nas comemorações da Páscoa em Mação, onde nasceu. Conhecido por gastar pouco dinheiro, este sportinguista é amado ou odiado por advogados. Há quem o chame de "Mourinho da Justiça", por causa da obstinação. Há quem prefira, pejorativamente, chamá-lo de "Garzón português", uma forma de acusá-lo de vaidade e protagonismo. Sempre que um grande processo de "colarinho branco" envolve buscas, a probabilidade de Carlos Alexandre lhe estar associado é enorme. A sua maior ameaça é, ao mesmo tempo, o que pode consagrá-lo: condenações. "O juiz é condenado onde o culpado é absolvido", disse Públio Siro.

 

 

 

Curiosidade

 

O "superjuiz", como é conhecido, é responsável por processos no âmbito dos quais autorizou inúmeras escutas e buscas, muitas vezes sem horários. Carlos Alexandre está sempre contactável mas descobriu, há tempos, que o plafond de 15 euros do telemóvel que lhe estava atribuído estava reduzido a apenas cinco. Optou por devolvê-lo à Direcção-geral da Administração da Justiça, a mesma a que já havia reclamado, num despacho que juntou ao processo Face Oculta, que lhe faltavam meios, nomeadamente uma fotocopiadora e um fax que funcionassem.

 

 

 

Força Hercúlea


Único magistrado do TCIC.
Pelas suas mãos passam todas as grandes investigações levadas a cabo pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal, a começar pela criminalidade económica e financeira. Caso não concorde com o seu andamento, a lei dá-lhe poderes para as bloquear.

 

 

Fraqueza Aquiliana

 

Superjuiz com superprocessos. Sozinho, tem de lidar com dezenas de processos altamente complexos e com muitos arguidos envolvidos, um trabalho gigante, mesmo para um supermagistrado. O resultado é uma inevitável morosidade da justiça, com um processo penal muito garantístico.

 

 

 

"Há algo maior que o poder, chama-se justiça."
André Malraux