Porque entra
Não há grande processo, de criminalidade económica e financeira, que não lhe passe pelas mãos. Já mandou fazer escutas a grandes nomes do poder económico e até da política, por suas mãos houve gente com poder que foi parar à prisão, como Duarte Lima ou Isaltino Morais. Como magistrado responsável do Tribunal Central de Instrução Criminal, trabalha a par e passo com o DCIAP e o seu nome ficará associado a casos como a Operação Furacão, o Portucale, Monte Branco, Face Oculta, Remédio Santo, investigações às PPP ou a privatização da EDP e da REN.
Ascensão
Carlos Alexandre, 51 anos
- Nasceu em Mação, filho de um carteiro e de uma operária fabril. Estudou na Telescola e nas férias ajudou o pai nas obras.
- Católico, sportinguista, fez o curso na Faculdade de Direito de Lisboa, onde se cruzou com os socialistas António Costa e Eduardo Cabrita.
- Passou pela Polícia Judiciária Militar, pelas varas mistas de Sintra, entre outros cargos na magistratura.
- Em 2004, entrou no Ticão como juiz auxiliar, era titular a juíza Fátima Mata-Mouros. Dois anos depois passou a responsável máximo do tribunal.
Futuro sob o Signo Chinês: Cavalo
|
Curiosidade
O "superjuiz", como é conhecido, é responsável por processos no âmbito dos quais autorizou inúmeras escutas e buscas, muitas vezes sem horários. Carlos Alexandre está sempre contactável mas descobriu, há tempos, que o plafond de 15 euros do telemóvel que lhe estava atribuído estava reduzido a apenas cinco. Optou por devolvê-lo à Direcção-geral da Administração da Justiça, a mesma a que já havia reclamado, num despacho que juntou ao processo Face Oculta, que lhe faltavam meios, nomeadamente uma fotocopiadora e um fax que funcionassem.
Força Hercúlea
Fraqueza Aquiliana
Superjuiz com superprocessos. Sozinho, tem de lidar com dezenas de processos altamente complexos e com muitos arguidos envolvidos, um trabalho gigante, mesmo para um supermagistrado. O resultado é uma inevitável morosidade da justiça, com um processo penal muito garantístico. |
"Há algo maior que o poder, chama-se justiça."
André Malraux