Boaventura de Sousa Santos escreveu um Ensaio Contra a Auto-Flagelação, que tem Portugal no centro do furacão. As palavras centrais do discurso: identidade, crise, esperança. Os protagonistas: a Grécia, as instâncias internacionais, o português (suave) modo de ser numa Europa belicosa.
Portugal vive dias especialmente inquietantes. Boaventura diz que cada geração vive o seu momento como se fosse o último. Somos, como numa canção de Chico Buarque, uma gente que tem medo de morrer na contramão atrapalhando o tráfego.
E falamos, mais do que nunca, desse medo, da urgência, das nossas idiossincrasias. Pensamo-nos. E pelo meio dedicamo-nos ao nosso desporto favorito: a fustigação.