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Petróleo escorre de rochas no Utah e alimenta sonhos de riqueza

Nos dias quentes na bacia do Uinta, no Utah, escorre petróleo rochas. Riachos de alcatrão preto denunciam as riquezas inexploradas que ali existem. Ao pegá-la com a mão, a pedra esfacela-se, tão quente e cerosa como o alcatrão fresco.

Bloomberg
Bloomberg 21 de Julho de 2018 às 20:00

A perspectiva de ter acesso a essas riquezas atraiu um grupo de pessoas para este deserto nos arredores de Vernal, não muito longe da fronteira com o Colorado. Os homens por trás da Petroteq Energy – um ucraniano que é chefe de uma empresa de camiões da Califórnia, um químico e um executivo que trabalhava até há pouco tempo com fertilizantes – esperam ser os primeiros a extrair petróleo bruto das chamadas areias petrolíferas do Utah, algo que poucos tentaram e que ninguém conseguiu.


"Quando vemos os recursos que temos nesta área, é tremendo", afirmou o CEO da Petroteq, David Sealock. "Aqui temos petróleo suficiente para produzir 10 mil barris por dia durante mais de 25 anos".

Isso seria significativo para o Utah, que no ano passado produziu apenas 91 mil barris por dia, mas uma gota no oceano para os EUA, cuja produção subiu para 10,9 milhões de barris por dia.

A Petroteq faz parte de um novo grupo de exploradores de petróleo que se mobilizou desde que os preços da matéria-prima nos EUA começaram a subir no ano passado. Rejeitam o dinheiro fácil do fracking e preferem as possíveis recompensas gigantescas de empreendimentos especulativos com prazos de entrega prolongados e custos elevados.

Entre as empresas que estão a olhar para o Utah contam-se a Enefit, a empresa estónia que planeia extrair petróleo bruto de uma densa formação rochosa a 96 quilómetros a sul de Vernal, e a Rose Petroleum, que tem sede em Londres e pretende adoptar a táctica incomum de perfurar um reservatório naturalmente fragmentado.

Para eles, o Utah é um paraíso de vastos recursos inexplorados e regulamentações permissivas. O estado oferece um crédito fiscal de "energia alternativa" de 75% a qualquer empresa capaz de produzir mil barris de petróleo de areias petrolíferas ou xisto. O Utah tem alguns dos maiores depósitos de areias petrolíferas e petróleo de xisto do mundo. O desafio é o desenvolvimento.

A última empresa a tentar, a U.S. Oil Sands, entrou com um pedido de recuperação judicial em 2017 depois de ter gastado mais de 60 milhões de dólares numa unidade de exploração que não produziu um único barril de petróleo.

A produção nas instalações da Petroteq, a poucos quilómetros de Vernal, numa área rejeitada pelos mórmons porque "não serve para nada além de manter o mundo unido", tem arranque previsto para este verão.

 

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