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Nitrogénio pode sair vitorioso da guerra comercial de Trump
Pelo menos uma matéria-prima pode tirar proveito da guerra comercial de Donald Trump com a China: o fertilizante nitrogenado.
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Os preços da soja afundaram desde Maio, quando a oleaginosa se viu apanhada no fogo cruzado da disputa que levou a China a aplicar tarifas alfandegárias aos produtos agrícolas americanos.
Essa queda dos preços da soja provavelmente levará os produtores dos EUA, em 2019, a trocarem hectares de soja por milho, um grande utilizador de fertilizante nitrogenado, segundo Jonas Oxgaard, analista da Sanford C. Bernstein em Nova Iorque.
"Se a situação persistir, acho que os agricultores dos EUA trocarão a soja pelo milho e isso é positivo para todos os produtores de fertilizantes, especialmente os nitrogenados", salientou Oxgaard, por telefone. "Por que razão alguém plantaria mais soja se o seu maior importador estivesse a aplicar maiores tarifas aduaneiras a esse produto?"
O possível impulso do nitrogénio gerado pelas tensões comerciais surge numa altura em que os mercados de fertilizantes já estão a recuperar após uma queda prolongada. Nos EUA, os preços a pronto da ureia, uma forma comercializável de fertilizante nitrogenado, subiram 49% nos últimos 12 meses, segundo dados da Green Markets.
A procura por nitrogénio, o nutriente agrícola mais usado no mundo, retomou após o atraso na temporada de plantio, e os preços podem subir para 300 dólares por tonelada até ao fim do ano, contra cerca de 270 dólares actualmente, estimou Oxgaard.
Os EUA são um importador líquido de nitrogénio e obtêm a maior parte do abastecimento de Trinidad e Tobago, acrescentou o analista.
Apesar de os stocksde fertilizante continuarem defasados, os investidores têm uma "oportunidade" porque a valorização desta "commodity" deverá continuar, disse Oxgaard. Produtoras como a CF Industries Holdings, Mosaic e Nutrien deverão divulgar bons resultados no segundo trimestre, salientou.
Em Junho, Charles Neivert, analista da Cowen & Co., comparou as acções dos fertilizantes a "bananas verdes", exortando os investidores a comprarem acções rapidamente para aproveitarem a sua recuperação.