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Dow Jones afunda 3% com decepção sobre isenções nas tarifas do aço

As bolsas norte-americanas encerraram em forte baixa, com o desânimo do sector industrial a pesar mais expressivamente no índice Dow Jones Industrial Average (DJIA).

Carla Pedro cpedro@negocios.pt 22 de Março de 2018 às 20:10

Wall Street sofreu esta quinta-feira com os renovados receios de uma guerra comercial entre Washington e Pequim, depois de os EUA terem confirmado a imposição de novas tarifas alfandegárias sobre produtos chineses que dêem entrada no país.

 

Mas esse não foi o único factor de pressão. O facto de o representante norte-americano para o Comércio, Robert Lighthizer, ter dito que os Estados Unidos decretaram uma "pausa" na imposição das tarifas sobre o aço e alumínio à Europa, Austrália, Coreia do Sul, Argentina e Brasil, além da isenção já anunciada para o Canadá e o México, decepcionou as cotadas norte-americanas do sector.

 

Com efeito, o aço esteve a perder terreno nas bolsas de mercadorias dos EUA, penalizado pelo facto de as tarifas à importação de aço e de alumínio que vão ser impostas pelos Estados Unidos a partir de amanhã isentarem os referidos países aliados – o que faz com que as siderúrgicas norte-americanas não se vejam tão beneficiadas com estas medidas como esperavam.

 

No total, os países que Lighthizer citou, a par com o Canadá e o México, representam mais de metade do volume total de aço vendido aos EUA em 2017, referiu o The New York Times.

 

Recorde-se que estas medidas assinadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, visam a imposição de tarifas de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre o alumínio.

 

A queda das cotações do aço esteve então a penalizar as cotadas do sector nos EUA, com a U.S. Steel Corp, AK Steel Holding Corp e Cleveland Cliffs a liderarem as perdas junto dos produtores norte-americanos deste metal.

 

Todos estes dissabores, aliados aos receios da guerra comercial com a China, levaram os investidores a desviarem as suas aplicações dos mercados accionistas para activos de menor risco, como as obrigações soberanas e o dólar. E isso teve repercussões em todo o mundo, com especial incidência em Wall Street.

 

O Dow Jones foi o índice mais penalizado, tendo fechado a afundar 2,93% para 23.958,86 pontos. Depois de já ter estado este ano num máximo histórico de 26.616,71 pontos, alcançado a 26 de Janeiro, o DJIA perfurou hoje o patamar dos 24.000 pontos.

 

Já o Standard & Poor’s 500 perdeu 2,46% para se estabelecer nos 2.645,27 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite registou uma descida de 2,43% para 7.166,68 pontos, ainda a ser bastante penalizado pelos reveses do Facebook [depois da informação sobre a utilização indevida dos dados de 50 milhões de utilizadores da rede social], que têm "contaminado" outras redes sociais e aplicações, como o Twitter e a Snap (que gere o Snapchat).

As cotações da empresa co-fundada por Mark Zuckerberg, depois de ontem terem momentaneamente chegado à tona, voltaram a afundar e encerraram hoje a cair 2,66% para 164,89 dólares.

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