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CEO da Telefónica admite "revisão estratégica" dos negócios na segunda metade de 2025
Mercado da América Latina apresentou prejuízo para a Telefónica e operadora já está a estudar venda de ativos, optando por manter o Brasil. Marc Murtra é ainda defensor de uma consolidação na Europa.
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O novo CEO da Telefónica revelou que a operadora espanhola vai realizar uma "revisão estratégica" dos negócios e aplicá-la no segundo semestre de 2025. Marc Murtra, que assumiu o cargo a 18 de janeiro e substituiu José María Álvarez Pallete, adiantou que a empresa se deve focar "nos mercados-chave e nos negócios core onde tem know-how".
A Telefónica apresentou os seus resultados anuais esta quinta-feira, onde foi revelado um prejuízo extraordinário de 49 milhões de euros, colocando a empresa no vermelho pelo segundo ano consecutivo, com os mercados da América Latina a impactarem a atividade. Só no quarto trimestre de 2024, o mercado hispano-americano levou a que a Telefónica tivesse um prejuízo de 1.003 milhões de euros.
Excluindo estes impactos extraordinários, onde se incluem imparidades e custos de reestruturação, a Telefónica registou um lucro ajustado de 425 milhões no quarto trimestre e 2,3 mil milhões de euros em 2024.
Os melhores mercados para a Telefónica têm sido Espanha, Reino Unido, Alemanha e Brasil, com este último a fugir à regra da maldição dos latinos-americanos. Assim, é expectável que a operadora espanhola acelere a venda dos seus ativos na América Latina nos próximo meses, sendo que já procedeu à venda do negócio argentino à Telecom Argentina por 1,2 mil milhões de euros.
Na apresentação dos resultados, a sua primeira, Murtra apontou a necessidade de Bruxelas facilitar a consolidação do setor das telecomunicações. O novo CEO criticou o facto de existirem 41 operadoras diferentes na Europa com mais de meio milhão de clientes, enquanto os mercados chinês e americano possuem até cinco operadoras distintas.