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S&P espera que BCP continue com lucros apesar da covid-19

 A agência de notação financeira reviu em baixa o "outlook" da dívida do BCP para estável, colocando assim de parte uma melhoria no rating do banco no curto prazo.

Lusa
08 de Abril de 2020 às 19:58
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A pandemia da covid-19 vai ter um forte impacto nas duas principais economias onde o BCP está presente, o que vai provocar uma deterioração na qualidade dos ativos do banco, bem como na sua rentabilidade.

 

O alerta é da Standard & Poor’s, que devido a este efeito decidiu rever em baixa a perspetiva ("outlook") do banco, de positiva para estável. Quer isto dizer que o rating de 'BB' (segundo nível de lixo) já não deverá ser revisto em alta no curto prazo. Mas também não existe a ameaça de uma revisão em baixa, uma vez que o "outlook" não está negativo.

 

"A recessão económica vai limitar a limpeza do balanço do BCP e vai pesar nos resultados. Neste contexto, perspetivamos uma probabilidade limitada de elevarmos o rating de longo prazo do BCP ao longo dos próximos 12 meses", acrescenta.

 

Ainda assim, a S&P considera que o BCP vai continuar a dar lucros e a defender a sua base de clientes, apesar de perspetivar uma deterioração da qualidade dos ativos, com o crédito malparado a reverter a tendência de descida nos últimos anos.

 

"Esperamos que a contração económica associada à pandemia em todos os países onde o BCP atua vai diluir os benefícios potenciais dos esforços do banco para melhorar o seu perfil financeiro, em especial a qualidade do crédito", refere a agência no relatório publicado esta tarde.

 

A S&P antecipa agora uma deterioração na qualidade dos ativos em 2020, face ao previsto anteriormente, apontando para uma rendibilidade dos capitais próprios entre 2% e 4%, contra 6% a 7% antes.

 

Contudo, a agência espera que depois da deterioração durante alguns meses a economia recupere, o que beneficiará o perfil financeiro do BCP.

 

Assim, o BCP não deverá regressar aos prejuízos em termos anuais. "Acreditamos que o BCP vai continuar lucrativo, apesar do aumento das perdas no crédito, já que os volumes vão continuar a crescer", diz a S&P, antecipando que o BCP vai deteriorar o rácio NPE (ativos não rentáveis sobre o total) para entre 7% e 9%.

 

"Ao mesmo tempo, acreditamos que BCP vai provar ser capaz de defender o seu sólido negócio de retalho no concentrado sistema bancário português", acrescenta.

 

Os lucros do BCP aumentaram para 302 milhões de euros em 2019. Uma evolução que representa uma subida ligeira de 0,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

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