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Monsanto com multa milionária e inédita por substância em herbicida

A Monsanto foi condenada a uma indemnização milionária a um jardineiro que contraiu cancro. Vai recorrer da multa.

9 - Monsanto - Manufactura e produção
Peter Newcomb/Bloomberg/Getty
11 de Agosto de 2018 às 18:33
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A agroquímica norte-americana Monsanto foi condenada, em tribunal, a pagar 290 milhões de dólares de multa por não ter informado sobre a perigosidade do herbicida Roundup, que terá estado na origem de um cancro num jardineiro.

Os jurados, num processo que decorrer em São Francisco, determinaram que a Monsanto agiu "com maldade ou omissão" e que o seu herbicida Roundup, ainda que na sua versão profissional RangerPro, contribuiu "consideravelmente" para a doença do jardineiro Dewayne Johnson. Este jardineiro, conta o The Guardian, foi o primeiro a levar a Monsanto a tribunal, alegando que o produto causava cancro.

A Monsanto, comprada pela alemã Bayer, foi processada pelo jardineiro americano, de 46 anos, vítima de um cancro em fase terminal, após ter vaporizado com o herbicida Roundup durante vários anos.

A Monsanto, que já fez saber que iria recorrer, para os jurados foi responsável por falha negligente e, segundo o processo, sabia ou devia saber que o seu produto era "perigoso".


Depois da sentença, Scott Partridge, vice-presidente da Monsanto, rejeitou qualquer ligação entre o glifosato e o cancro, insistindo que o veredicto não muda as mais de quatro décadas de utilização segurança e testada cientificamente do produto.

Já este sábado, a farmacêutica Bayer - que detém a Monsanto - reafirmou que o glifosato, composto usado em herbicidas, é "seguro e não cancerígeno", garantia que, segundo diz, decorre de "provas científicas, sujeitas a exames regulares à escala mundial" e de "dezenas de experiências práticas de utilização do glifosato", disse um porta-voz da farmacêutica alemã Bayer, não identificado pela agência AFP, citada pela Lusa.

Criticado, mas raramente proibido ou condenado, o glifosato é considerado, desde 2015, como "provavelmente cancerígeno" pela Organização Mundial de Saúde.

Após dois anos de intensos debates, a União Europeia renovou, em finais de 2017, a licença do glifosato por cinco anos.



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