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Sondagem Aximage: Costa ganha terreno mas precisa de acordos para formar governo em 2019

O PS sobe nas intenções de voto mas vai precisar da "Geringonça" ou de um "Bloco Central" para continuar no poder. O CDS atinge valor recorde de 7,4% e ultrapassa a CDU nas preferências dos eleitores.

Carlos César, líder parlamentar do PS, com o Primeiro-ministro, António Costa Lusa
Salomé Pinto salomepinto@negocios.pt 22 de Julho de 2018 às 08:00

O partido de António Costa continua a liderar as preferências dos portugueses, com 39% das intenções de voto para as eleições legislativas de 2019, uma subida de dois pontos percentuais face a Junho passado, segundo o barómetro político da Aximage para o Negócios e o Correio da Manhã.

Apesar desta ligeira recuperação, os socialistas ainda estão longe dos 44% alcançados em Julho de 2017. A confirmarem-se estas previsões, o PS vai precisar de repetir uma "Geringonça" com BE, PCP e PEV ou eventualmente um Bloco Central com PSD para conseguir formar governo no próximo ano.

Naturalmente, sobram-lhe ainda as alternativas de formar um Governo minoritário que negociaria acordos pontuais à esquerda ou à direita, ou a de procurar uma solução em que o único apoio garantido poderia ser o do Bloco de Esquerda.

 

Pelas juras de amor do primeiro-ministro às bancadas mais à esquerda, durante o debate sobre o Estado da Nação, o mais provável é a renovação da actual solução governativa. Muito embora existam temas como o Código do Trabalho, a Lei-quadro da descentralização ou a Lei da Finanças Locais (LFL) em que o Executivo só conseguiu luz verde do Parlamento com o apoio do PSD. 

Mas esta ajuda do partido de Rui Rio ao Governo socialista parece não ter agradado a parte dos eleitores, já que o PSD não consegue descolar do segundo lugar nas intenções de voto, fixando-se nos 27,2%, uma ligeira quebra de seis décimas face a Junho passado.


CDS passa à frente da CDU nas intenções de voto

 

A maior surpresa desta sondagem vai para a subida histórica do CDS para os 7,4% das intenções de voto, o valor mais alto desde Julho de 2017. O partido de Assunção Cristas ultrapassa assim a CDU, que junta PCP e PEV, nas preferências dos eleitores, ocupando o lugar de quarta força política, normalmente reservado aos comunistas, ficando logo atrás do Bloco de Esquerda (BE) e do PSD, que se posicionam em terceiro e segundo lugares, respectivamente.

Uma das possíveis explicações para a alteração de forças poderá estar na forte campanha dos centristas pela eliminação do adicional ao Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), cujo projecto de lei do CDS acabou por ser chumbado por toda a esquerda parlamentar. Este facto também terá contribuído para as quebras registadas no BE, que desce de 10,3% para 9,5%, e na CDU que perde 0,2 pontos percentuais nas intenções de voto, estacionando nos 7%.

Entre António Costa e Rui Rio, a maioria dos inquiridos continua a preferir o actual líder do Executivo para o lugar de primeiro-ministro: 57% confia mais em Costa, uma pequena descida de 0,3 pontos percentuais face ao mês anterior. Rui Rio sofre uma quebra ligeiramente superior de 1,1 pontos percentuais para 30,1%.

Marcelo perde popularidade e abstenção cresce

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também perde popularidade. Apesar de continuar com uma nota alta de 17,4 valores (numa escala de 0 a 20), o chefe de Estado tem registado uma descida contínua desde Março deste ano, quando obteve uma avaliação dos eleitores de 18,5 pontos.

Um dos pontos negativos que esta sondagem revela é o crescimento da abstenção de 32,8% para 35,4%, atingindo o valor mais alto desde Julho do ano passado.


Texto actualizado com a introdução do terceiro parágrafo às 15h00 de domingo, 20 de Junho.


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