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Macron e Trump: tréguas até ao final do ano na imposição de tarifas

Os presidentes francês e norte-americano acordaram tréguas na disputa em torno do imposto digital sobre gigantes da Internet. O que significa que nem França nem os EUA vão impor tarifas alfandegárias punitivas este ano.

Reuters
20 de Janeiro de 2020 às 21:46
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Emmanuel Macron e Donald Trump acordaram tréguas no que diz respeito ao imposto sobre grandes empresas tecnológicas (como a Google, a Amazon ou o Facebook) – o chamado imposto digital, ou imposto Google – anunciado por França.

 

O anúncio foi feito à Bloomberg por um diplomata francês e entretanto o presidente francês já reagiu com agrado na sua conta do Twitter.


Estas tréguas significam, na prática, que até ao final deste ano nenhum dos dois lados vai impor taxas aduaneiras punitivas.

 

Recorde-se que Trump ameaçou com a imposição de tarifas sobre o equivalente a 2,4 mil milhões de dólares de produtos franceses, como vinho e queijo, em retaliação ao imposto anunciado por Emmanuel Macron e que incide sobre as grandes tecnológicas.

O governo francês anunciou (em julho do ano passado) um imposto de 3% sobre as grandes tecnológicas com receitas acima de 25 milhões de euros obtidas em França e acima de 750 milhões de euros em todo o mundo.

Os Estados Unidos consideram que este imposto descrimina empresas americanas como a Google, Apple e Amazon.

 

A União Europeia, recorde-se, está a tentar conseguir um acordo internacional no que diz respeito à taxação destes negócios digitais, através da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mas Paris decidiu adiantar-se.

 

Amanhã, os ministros das Finanças da UE vão debater os progressos nas conversações com a OCDE a propósito deste imposto Google.

 

Mas esta não é a única frente de tensão comercial entre os EUA e a Europa. No início de outubro passado, depois de a Organização Mundial do Comércio ter dado luz verde para que os EUA impusessem tarifas aduaneiras a produtos europeus, devido às subvenções atribuídas à Airbus e que foram consideradas ilegais, a Administração Trump revelou a lista dos itens afetados – onde constavam produtos como cerejas, pêssegos, mexilhões, derivados de porco, queijo e iogurtes provenientes de Portugal.

 

Vinho francês, queijo italiano e uísque escocês também estavam na lista das centenas de itens que os EUA disseram que seriam alvo de tarifas de 25% à entrada nos Estados Unidos. Bruxelas disse que retaliaria e as fricções neste domínio ainda estão longe de resolvidas.

 

Na semana passada, a Comissão Europeia advertiu os EUA de que iria avançar também com taxas aduaneiras adicionais sobre produtos norte-americanos devido à opção de Washington de prosseguir com as tarifas alfandegárias no chamado "caso Airbus".


(notícia atualizada às 21:59)

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