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Macron e Trump: tréguas até ao final do ano na imposição de tarifas
Os presidentes francês e norte-americano acordaram tréguas na disputa em torno do imposto digital sobre gigantes da Internet. O que significa que nem França nem os EUA vão impor tarifas alfandegárias punitivas este ano.
Emmanuel Macron e Donald Trump acordaram tréguas no que diz respeito ao imposto sobre grandes empresas tecnológicas (como a Google, a Amazon ou o Facebook) – o chamado imposto digital, ou imposto Google – anunciado por França.
O anúncio foi feito à Bloomberg por um diplomata francês e entretanto o presidente francês já reagiu com agrado na sua conta do Twitter.
Great discussion with @realDonaldTrump on digital tax. We will work together on a good agreement to avoid tariff escalation.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) January 20, 2020
Estas tréguas significam, na prática, que até ao final deste ano nenhum dos dois lados vai impor taxas aduaneiras punitivas.
Recorde-se que Trump ameaçou com a imposição de tarifas sobre o equivalente a 2,4 mil milhões de dólares de produtos franceses, como vinho e queijo, em retaliação ao imposto anunciado por Emmanuel Macron e que incide sobre as grandes tecnológicas.
O governo francês anunciou (em julho do ano passado) um imposto de 3% sobre as grandes tecnológicas com receitas acima de 25 milhões de euros obtidas em França e acima de 750 milhões de euros em todo o mundo.
Os Estados Unidos consideram que este imposto descrimina empresas americanas como a Google, Apple e Amazon.
A União Europeia, recorde-se, está a tentar conseguir um acordo internacional no que diz respeito à taxação destes negócios digitais, através da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mas Paris decidiu adiantar-se.
Amanhã, os ministros das Finanças da UE vão debater os progressos nas conversações com a OCDE a propósito deste imposto Google.
Mas esta não é a única frente de tensão comercial entre os EUA e a Europa. No início de outubro passado, depois de a Organização Mundial do Comércio ter dado luz verde para que os EUA impusessem tarifas aduaneiras a produtos europeus, devido às subvenções atribuídas à Airbus e que foram consideradas ilegais, a Administração Trump revelou a lista dos itens afetados – onde constavam produtos como cerejas, pêssegos, mexilhões, derivados de porco, queijo e iogurtes provenientes de Portugal.
Vinho francês, queijo italiano e uísque escocês também estavam na lista das centenas de itens que os EUA disseram que seriam alvo de tarifas de 25% à entrada nos Estados Unidos. Bruxelas disse que retaliaria e as fricções neste domínio ainda estão longe de resolvidas.
Na semana passada, a Comissão Europeia advertiu os EUA de que iria avançar também com taxas aduaneiras adicionais sobre produtos norte-americanos devido à opção de Washington de prosseguir com as tarifas alfandegárias no chamado "caso Airbus".
(notícia atualizada às 21:59)