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Tentativas de espionagem da China preocupam democracias globais

Acusações de espionagem, interferência e até tortura abalam as relações da China com algumas das principais democracias do mundo, ao mesmo tempo que Pequim tenta convencer os países de que a sua tecnologia 5G é confiável.

EPA / Reuters
28 de Novembro de 2019 às 15:15
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Na Austrália, a China terá pago um suborno a um vendedor de carros de Melbourne para concorrer como candidato ao parlamento antes de ser encontrado morto em março, segundo uma reportagem publicada no domingo. No dia anterior, artigos publicados na comunicação social australiana relataram que um homem que terá trabalhado como espião para a China em Hong Kong e Taiwan ofereceu informações de inteligência à Austrália e queria asilo político.

 

Na segunda-feira, poucas horas depois de o Ministério das Relações Exteriores da China ter descrito as alegações do desertor na Austrália como "bizarras", Xuehua "Ed" Peng - que se tornou cidadão americano em 2012 - confessou-se culpado de uma acusação criminal dos EUA de espionagem para o serviço de segurança de Pequim.

 

E, na semana passada, o Reino Unido acusou a China de torturar um ex-funcionário do seu consulado em Hong Kong enquanto tentava obter informações sobre se o governo britânico estava a apoiar os protestos pró-democracia.

 

Os incidentes reforçam o receio de que a China esteja a tornar-se mais ousada ao tentar minar democracias sob o comando do presidente Xi Jinping, um dos líderes mais poderosos do país em décadas. Embora Pequim tenha negado sistematicamente as alegações feitas na Austrália e noutros países, as suspeitas ameaçam ter impacto nas relações comerciais e nas operações da gigante da tecnologia Huawei Technologies.

 

"O Partido Comunista Chinês não quer que os governos democráticos sejam viáveis", afirmou Michael Shoebridge, um ex-agente de inteligência da Austrália, que agora é diretor do Australian Strategic Policy Institute. "A maneira como os chineses estão a operar sob Xi mostra que estão a ficar ‘orgulhosos’ das suas tentativas de se infiltrar nas democracias."

 

A agenda externa mais assertiva de Pequim levou quatro das maiores democracias da região indo-pacífica (EUA, Japão, Índia e Austrália)- a elevar as chamadas negociações do Quad para um nível ministerial. Estes países planeiam apresentar uma frente para questões de segurança regional, uma medida que Pequim disse que poderia alimentar uma nova Guerra Fria.

 

(Texto original: Accused Chinese Spy Pleads Guilty in U.S. ‘Dead-Drop’ Sting)

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