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Michele Bachelet eleita presidente do Chile com 53,49% dos votos

A socialista Michelle Bachelet ganhou as eleições presidenciais do Chile, com 53,49% dos votos. Na sua primeira intervenção como presidente do país, no domingo à noite, Bachelet prometeu um governo para todos e disse que o Chile vai surpreender o mundo at

16 de Janeiro de 2006 às 10:36
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A socialista Michelle Bachelet ganhou as eleições presidenciais do Chile, com 53,49% dos votos. Na sua primeira intervenção como presidente do país, no domingo à noite, Bachelet prometeu um governo para todos e disse que o Chile vai surpreender o mundo até 2010.

A mais recente contagem oficial dos resultados, com 97,71% dos votos escrutinados, dá a Michelle Bachelet, candidata pela Concertação Democrática, coligação de democrata-cristãos e socialistas no poder há 16 anos, 53,49%, contra 46,50% do seu adversário, o conservador Sebastian Pinera.

Michelle Bachelet torna-se assim a primeira mulher na presidência do Chile.

Pinera reconheceu a derrota e felicitou Bachelet, declarando na televisão que «em democracia é preciso respeitar a voz da maioria», segundo a Lusa.

Prometendo uma «oposição construtiva», Pinera terminou com uma citação do dramaturgo Bertolt Brecht: «A luta continua», refere a Lusa.

Num discurso emocionado, e por vezes afónico, perante cerca de meio milhão de apoiantes, a primeira mulher eleita presidente do Chile, disse que iria trabalhar sem descanso, «pois não há tempo a perder, são só quatro anos».

«Não tive uma vida fácil, vós sabeis bem, mas quem é que teve uma vida fácil?», afirmou, citada pela Lusa, recordando que, tal como o seu pai, um general próximo de Salvador Allende, foi presa e torturada durante o regime de Pinochet.

«Há uma pessoa que estaria muito orgulhosa esta noite: o meu pai, Alberto Bachelet Martinez; sinto de uma maneira que não consigo explicar que ele está muito perto de mim», afirmou a ex-ministra de Defesa no governo do presidente Ricardo Lagos, que agora termina o mandato.

Michelle Bachelet sublinhou que a violência que destruiu tudo o que amava fê-la dedicar a sua vida a «inverter o rumo das coisas».

Por isso, disse, o Chile, saído de 16 anos de ditadura, «vai surpreender de novo o mundo ao mostrar que um país pode tornar-se ainda mais próspero sem perder a sua alma, ajudando os que ficam para trás».

«Eu era a candidata dos cidadãos, serei a presidente dos cidadãos. O meu governo vai ser um governo de unidade, de todos os chileno», garantiu, saudando os eleitores que votaram em Sebastian Pinera o seu adversário de direita.

Quanto ao seu governo, será formado paritariamente entre homens e mulheres, «com os melhores homens e mulheres, com caras novas e outras já conhecidas».

Agradeceu o apoio da sua família, da sua mãe e dos seus três filhos - de dois pais diferentes e que educou sozinha - e de Ricardo lagos, o presidente cessante, seu mentor político.

«Quem poderia pensar há 20, 10 ou 5 anos que o Chile iria eleger uma mulher presidente? A democracia permitiu-o, bem como o voto de milhões de vocês. Não se trata do triunfo de uma só pessoa, de um partido, de uma coligação, mas o conjunto de todos nós», disse ainda, citada pela agência Lusa.

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