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Confederações patronais não se entendem sobre novos impostos europeus
CIP é totalmente contra. Já a CCP é favorável a um aumento da carga fiscal a nível europeu.
O Governo de António Costa vai propor no próximo Conselho Europeu, a 23 de Fevereiro, a criação de três novos impostos comunitários que passam pela taxação digital, taxação verde e taxação sobre transacções financeiras internacionais, segundo a proposta a que o jornal Público teve acesso.
Este aumento da carga fiscal tem como objectivo repor parte das receitas que a União Europeia vai perder com a saída do Reino Unido. Uma solução que não agrada a todas confederações patronais: "A defesa do nosso interesse não pode ser à custa de imposto sobre as actividades económicas, não posso defender coisa diferente lá fora do que defendo cá dentro. A receita não é por aumento de impostos mas por redução de despesa", defendeu esta terça-feira, António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP).
Posição diferente tem a Confederação do Comércio e Serviços (CCP): "Parece-nos que é preferível haver impostos europeus que reforcem a unidade europeia". João Viera Lopes, presidente da CCP, defende no entanto que esta medida deve ser acompanhada por um "aumento das contribuições dos países com maior capacidade produtiva".
Do lado dos sindicatos, a CGTP defende que se avance com o imposto sobre as transacções financeiras, medida que sempre apoiou: "É preciso é que seja aplicado e que seja definida a data para a sua aplicação", vincou o secretário-geral, Arménio Carlos. Advoga ainda que "os países que têm beneficiado com a evolução económica da União Europeia devem comparticipar mais e, neste caso, apoiar mais aqueles que tão sacrificados foram, como foi o caso de Portugal e do povo português".
Diferentes pontos de vista que patrões e sindicatos levam à mesa da discussão com o primeiro-ministro, António Costa, esta terça-feira em sede de concertação social.