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Confiança na Zona Euro sobe para máximos de Julho de 2011
O indicador que mede o pulso à confiança dos empresários e dos consumidores na Zona Euro subiu em Fevereiro, surpreendendo os economistas que esperavam uma queda. Este dado sugere que a retoma da economia poderá estar mais ancorada do que se supunha, embora o indicador tenha voltado a cair em França e também, pela primeira vez em seis meses, em Portugal. Analistas consideram que o BCE fica sob menor pressão para tomar mais medidas.
O indicador de sentimento económico calculado pela Comissão Europeia para medir o pulso à confiança dos empresários e dos consumidores na Zona Euro subiu em Fevereiro para o valor mais elevado desde Julho de 2011, ao fixar-se em 101,2.
A progressão surpreendeu pela positiva os economistas consultados pela agência Bloomberg, que esperavam uma queda face à leitura de101 pontos em Janeiro. A subida foi fundamentalmente motivada pela maior confiança revelada pelos empresários do sector dos serviços.
"As condições económicas parecem ter estabilizado em muitas partes da região do euro, enquanto a Alemanha continua a apresentar números fortes”, analisa Anatoli Annenkov , economista sénior do Societe Generale, em Londres, considerando que, em face dos números mais recentes, o presidente do BCE, Mario Draghi, ficará sob menor pressão para tomar mais medidas com o propósito de estimular a economia e evitar o risco de deflação.
"A recente turbulência nalgumas economias emergentes não amorteceu o sentimento económico global na Zona Euro", tendo uma ligeira queda na confiança do consumidor sido compensada por uma melhoria das expectativas dos empresários, precisa Martin van Vliet, economista do Global Economics, ao chamar a atenção para a circunstância de o sentimento em França ter voltado a ir contra a corrente, ao cair e anular quase totalmente o ganho do mês anterior.
Também em Portugal, o indicador de sentimento económico calculado pela Comissão piorou em Fevereiro, ao passar de 99,6 para 98,6 pontos, interrompendo de seis meses consecutivos de subidas.
Nesta semana, a Comissão Europeia elevou em uma décima as suas previsões para o crescimento da actividade económica na Zona Euro, antecipando que o respectivo PIB cresça 1,2% neste ano e 1,8% em 2015.
Em contrapartida, Bruxelas reduziu sua previsão para a inflação para 1% neste ano e 1,3% em 2015, valores ainda distantes dos valores “inferiores, mas perto de 2%” que encaixam no conceito de estabilidade de preços do BCE. O desemprego, por seu turno, permanecerá perto de níveis recorde: 12% e 11,7% é a previsão para 2014 e 2015, respectivamente, depois do máximo histórico de 12,1%.